segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Resultados Outubro/2011

Como tinha comentado previamente o tempo para atualizar o blog está bem curto. Em setembro estive de férias e agora alguns projetos pessoais vem exigindo minha dedicação mas vamos fazer uma atualização rápida dos últimos 2 meses. A volatilidade no mercado de ações nestes meses foi enorme e a crise deu uma aliviada com o "calote estruturado" de 50% da Dívida da Grécia.

Em Setembro consegui investir R$ 3.000,00 e em outubro mais R$ 2.000,00; o que considerando as despesas da viagem de férias foi muito bom. Venho usando um método de alocação dinâmica e aumentei em setembro o percentual em ações. Apesar do alto risco vejo algumas grandes oportundades na bolsa. Minha carteira vem também com grande volatilidade, ou seja, altas emoções. Vamos aos resultados da carteira:

Setembro: -6,94%
Outubro: 6,73%

Em 2011: 3,79%

Saldo no fim do mês: R$ 526.378,41

Acredito que veremos uma recuperação do Ibovespa até o fim do ano.

Abs

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Causas Estruturais da Crise - Pico do Petroleo

Uma das causas estruturais mais importantes da crise mundial e menos comentadas e compreendidas é o pico do petroleo. Com o crescimento da demanda devido ao crescimento da China e India e a restrição da "Net Energy", da energia livre disponível é impossível um crescimento continuado da economia mundial. Como os políticos mundiais vem ignorando os alertas sobre o pico do petroleo foram feitos muitos investimentos errados, muitos emprestimos baseados em uma premissa de crescimento da economia que não veio, levando a muitos prejuízos. 

Como existe muita ignorância e dúvida sobre o pico do petroleo, segue alguns trechos de um documento oficial: World Energy Outlook 2010 (Sumário), da Agência Internacional de Energia (Potugues de Portugal):

O pico de extracção do petróleo: convidado ou desmancha-prazeres?

O preço do petróleo necessário para equilibrar os mercados do petróleo deverá aumentar, reflectindo a insensibilidade crescente aos preços tanto da demanda como da oferta.

A produção de petróleo bruto atinge um planalto ondulante de aproximadamente 68‐69 mb/d em 2020, embora nunca volte ao nível mais alto de sempre, de 70 mb/d em 2006


A amplitude desconhecida dos últimos recursos recuperáveis de petróleo tanto convencional como não convencional representa uma grande fonte de incerteza em matéria de perspectivas para a produção mundial de petróleo a longo prazo.



http://www.worldenergyoutlook.org/docs/weo2010/weo2010_es_portuguese.pdf

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Analisando as causas da Crise

Vivemos hoje em dia em uma época espantosa em que presenciamos a maior crise econômica desde a grande depressão. Quais são as causas desta crise? Não estou aqui a tratar das causas imediatas como a queda do Lehman Brothers ou a perda do rating americano ou a dívida da Grécia, mas gostaria de refletir sobre as causas mais elementares e digamos estruturais desta crise. Entender as causas pode nos ajudar a encontrar soluções.

Um primeiro ponto está relacionado com o crescimento da população mundial e a sua relação direta com a escassez de recursos. Vivemos em um mundo finito com recursos finitos; a exploração espacial tem voltado cada vez mais ao escopo da ficção científica. Em um mundo finito ao passo que a população cresce vários problemas tendem a surgir:

- Se a população cresce mais que a quantidade de alimentos disponiveis vemos um aumento no preço dos alimentos;
- Nossa sociedade se baseia em combustiveis fósseis que são finitos e que podem estar no pico de produção; o aumento da demanda com oferta restrita leva a grandes aumentos do preço dos combustiveis, o que leva ao aumento do custo de vida; o uso de biocombustiveis como o alcool acaba criando pressão nos custos dos alimentos.
- Maior população tende a aumentar a concorrencia por trabalho; e o aumento da concorrencia leva a uma diminuição nos salários - isto é o que tem acontecido ao passo que a população chinesa foi incorporada ao mercado de trabalho globalizado.

Assim o crescimento populacional leva ao aumento nos preços dos alimentos e combustíveis e a uma maior concorrencia por trabalho e mercados com diminuição de salários. É o mesmo que acontece em uma família, quanto mais aumenta o número de filhos, menos recursos ficam disponiveis para cada um. Ou seja existe um limite para o crescimento. Do mesmo modo como uma familia não consegue criar bem muitos filhos, também a terra como um todo tem um limite de população que pode suportar com um determinado nível de consumo. Um consumo alto (alto nível de vida) só é possível para um número menor de pessoas; ao passo que aumenta o número de pessoas como os recursos são finitos necessariamente é preciso diminuir o consumo e nível de vida médio da população (obviamente isto acontece de forma desigual).

Na prática isto se traduz nos dias atuais em 2 fatores que tem contribuído para a crise:

- Aumento do preço dos combustíveis, das commodities e dos alimentos
- Grande número de trabalhadores (China e India) aceitando ganhar bem menos, e levando consequentemente ao aumento do desemprego em países industrializados nos Estados Unidos e na Europa.

No proximo post trataremos de outro aspecto estrutural da crise.

sábado, 3 de setembro de 2011

Grecia a beira do Default 2

Menos de uma semana depois do primeiro post Grecia a beira do Default as taxas de juros dos títulos (bonds) da Grécia de 1 ano subiram de 60% para 72% (aumento de 20%) em menos de 1 semana; a subida das taxas indica forte venda de títulos pelos investidores; o mercado está começando a entrar em pânico e vendendo os títulos da Grécia com grande desconto. Nesta situação se você tivesse que fazer uma aposta, apostaria em que: A Grécia vai entrar em Default ou não?? Se você acredita que a Grécia não vai entrar em default deveria investir nos títulos gregos pois vai ganhar muito dinheiro. O mercado certamente acredita que sim e ninguém tá querendo ficar com o pepino na mão. Meu incrível poder de prever o futuro me diz que esta semana será de fortes emoções. Deveremos ver no curto prazo um default da Grécia ou uma intervenção do Banco Central Europeu.

Abs


quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Resultados Agosto/2011

Em um mês que o Ibovespa caiu -3,96% a minha carteira conseguiu um  resultado excepcional de 4,26%, na verdade o melhor resultado da minha carteira nos últimos 15 meses. Este excelente resultado foi graças a ter recomprado minha carteira de ações em um excelente ponto após as fortes quedas do inicio do mês. Minha carteira de ações rendeu 11,72% no mês.

Este mês também foi muito bom pois graças a uns trabalhos extras consegui fazer um bom aporte de R$ 7.000,00 e superei pela primeira vez a marca simbólica dos 500K.

Alocação no fim do mẽs:
- DI: 30,81%
- FII: 35,52%
- Ações: 32,62%
- Caixa: 1,05%

Saldo no fim do Mẽs: R$ 521.302,93.

Resultado anual da carteira: 4,49%


Como já havia comentado em posts anteriores no mês retrasado preciso me dedicar a alguns projetos pessoais que exigem muito tempo e terei muito pouco tempo livre para continuar postando no blog. Como o Guilherme do blog Valores reais comentou recentemente em um post excepcional precisamos focar mais em nossa carreira pois ela é o nosso maior ativo e a verdadeira fonte da nossa riqueza.


Abs

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Grécia a beira do Default

Os títulos públicos da dívida da grécia (equivalentes ao nosso tesouro direto) de curto prazo (1 ano) estão pagando uma taxa de juros de 60% ao ano. Isto nos mostra que o risco de default é altíssimo em um curto prazo de tempo pois estas taxas são claramente insustentáveis.

E aí quem tem coragem de investir na Grécia?? Da pra ganhar (ou perder) muito dinheiro.



domingo, 28 de agosto de 2011

Analisando o Presente

É impossível prever o futuro com exatidão, mas é possível analisar o momento presente e tirar conclusões que podem nos auxiliar na nossa jornada. Ao analisar uma grande quantidade de dados atuais como a velocidade dos ventos, a umidade do ar, entre outros, os meteorologistas podem prever com uma certa margem de erro se vai chover ou não. Óbvio que a previsão pode sair errada, mas é mais seguro levar um guarda-chuva se formos avisados de uma possivel tempestade, ou até não sair de casa. A economia, como o clima, é um sistema dinâmico e complexo, com muitas variáveis e que por isto é muito difícil de analisar, mas nem por isto devemos desprezar o estudo da economia.

Alguns eventos e situações trazem consequências de longo-prazo; existe também uma relação de causa e efeito entre algumas variáveis; então muitas vezes ao analisar determinados fatos  podemos ter uma idéia do que pode acontecer no futuro. Se uma pessoa é diagnosticado com um cancer avançado o médico pode muitas vezes fazer um prognóstico de quanto tempo de vida aproximadamente a pessoa tenha. Evidentemente o médico não sabe o futuro e existe uma margem de erro no prognóstico; pode ser que em pouco tempo apareça um novo tratamento; mas em uma média o médico vai estar certo. Da mesma forma se um determinado país, como a grécia, tem uma dívida muito alta, muito acima do PIB do país, os economistas conseguem "prever" vários cenários que podem acontecer com o país: o país vai ter que "apertar o cinto" para pagar as dívidas com aumento dos impostos, restrição do credito, desemprego, recessão; isto vai causar muitos protestos da população e existe um risco de calote da dívida. O fato da dívida muito alta permite "predizer" vários eventos futuros com certa margem de erro. Obviamente não da pra prever a data em que a grécia vai dar calote, por exemplo; mas da pra ter uma boa idéia geral da direção mais provável da economia.

Especialmente nos dias atuais é importante estarmos atentos ao desenrolar da economia, pois vivemos em um período de grandes mudanças, de transição. As grandes economias desenvolvidas dos Estados Unidos, Europa e Japão estão muito endividadas, de uma forma insustentável; a população mundial está envelhecendo; estamos entrando na época do Pico do Petróleo; uma população mundial enorme tem trazido grande pressão sobre o preço dos alimentos. Ou seja o Estado falido, com menos receitas, maiores despesas com saúde e com combustivel e alimento caros. Em um cenário assim a competição por recursos, mercados e empregos será cada vez maior e vai sobreviver o mais adaptado.

Estamos a beira de uma grande recessão mundial. As quedas recentes na bolsa representam uma reprecificação dos ativos para um ambiente de menor crescimento. Em um mundo de recursos limitados precisamos mudar a mentalidade de uma economia baseada em débito e crescimento para uma economia baseada em sustentabilidade.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Resultados de Julho/2011


Em Junho eu estava otimista com a bolsa pois os multiplos fundamentalistas estavam baratos e parecia que a crise da Grécia iria se resolver. No início de Julho eu comecei a ficar cada vez mais pessimista com a economia mundial. Quando começaram a circular noticias sobre a dívida da Itália e sobre a ampliação do teto da dívida americana eu percebi que a crise que parecia estar restrita a Grécia estava se tornando em uma crise global; acabei no início do mes vendendo todas as ações e optando por esperar o desenrolar dos fatos.


Aumentei minha posição em Fundos Imobiliários (no NSLU11B) e a maior parte mantive na renda fixa.


Alocação: RF 65%; 
                 FII 35%


FIIs

%
FPAB11
15,89
EURO11
12,76
FLMA11
13,66
FFCI11
14,54
FEXC11B
11,16
NSLU11B
14,83
HCRI11B
4,95
PRSV11
2,02
BCFF11B
2,40
CSBC11
5,40
TRXL11
1,20
FCFL11
1,19


Resultado do Mẽs: 1,05%
Resultado no ano: 0,22%

Patrimônio: R$ 493.500,00

Durante o mês fiz um saque do portfolio; para uma viagem pros Estados Unidos; vou dar a minha contribuição para a melhora da economia americana.

Por sorte a minha análise se mostrou correta e o mercado caiu bastante em julho e agosto.

Atualmente estou analisando o melhor momento para voltar aos mercados de ações. 

Espero não ter decepcionado os colegas mais puristas do Buy&Hold.

Abs



First Rule of Panic: 'Don't Panic, but If you are going to panic, panic early’

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Crise nas Infinitas Terras

Quando eu era criança eu gostava muito de historias em quadrinhos e colecionava vários gibis. A situação atual do mundo lembra muito uma grande série da DC Comics chamada "Crise nas Infinitas Terras". Hoje ler as noticias economicas é muito mais interessante que os quadrinhos. O maior problema atual é que não temos nenhum herói. Os líderes mundiais vem se mostrando ineptos para lidar com os grandes problemas. O sistema político democrático acaba dificultando muito a tomada de medidas mais duras, mesmo que necessárias, pois os governantes temem não ser re-eleitos e preferem empurrar o problema pra frente, o que só agrava a situação.


O mundo encontra-se em uma situação muito delicada com grandes dívidas nas grandes economias desenvolvidas, Estados Unidos, Europa e Japão. A solução americana de imprimir rios de dinheiro não vem mostrando resultado e agora com a ascenção do Tea Party ( ala mais conservadora entre os republicanos) os EUA se viu forçado a iniciar uma política de austeridade. Todo o drama para aumentar o teto da dívida acabou apenas evidenciando a fraqueza do Obama e terminou com um acordo fraco que está longe de resolver o problema do deficit americano, fazendo com que um downgrade da nota de risco pelas agencias reguladoras seja uma ameaça cada vez mais provável. Uma agencia chinesa independente até já diminuiu a nota de risco dos EUA, mas todo mundo está de olho na posição da Standard and Poors.

A estratégia americana para sair da crise é desvalorizar o dolar para aumentar a competitividade dos produtos americanos e aumentar a receita das empresas americanas. Isto tem afetado especialmente o Brasil que tendo uma carga tributária alta e baixa produtividade vem caminhando para a desindustrialização enquanto o governo fala que está tudo bem. Isto se traduz em os brasileiros (inclusive eu) com a queda do dolar preferindo comprar produtos importados pois são mais baratos e de melhor qualidade. Ou seja a salvação dos EUA seria as custas de vários outros países. Agora finalmente o governo reconheceu o problema e lançou um pacote de estímulo para a industria. Mas o governo também não tem tido a coragem ou força (ou vontade) política para tomar as medidas necessárias de diminuir a carga tributária, cortar os custo do governo, simplificar as leis trabalhistas e investir na educação. A dívida pública brasileira vem crescendo gradativamente e já está em R$ 1,8 Trilhão (segundo reportagem recente da revista Veja); e o grande problema desta dívida brasileira é que a maior parte dela é dívida interna com taxa de juros Selic de 12,5%; ou seja só de juros o Brasil tem que pagar R$ 225 bilhões de reais por ano.

Agora a crise se intensifica e entramos nesta última semana em uma nova fase da crise com as guerras cambiais. Aparentemente vários países não vão aceitar esta desvalorização do dolar e estão tomando medidas sérias para desvalorizar suas moedas. O Brasil vem apelando para a taxação e regulação das operações cambiais. A suiça vem atuando na libor (trazendo a libor de 3 meses para zero) para valorizar o Franco Suiço. O Japão começou também a intervir na taxa de cambio para desvalorizar o Yen. O grande problema do Brasil neste sentido é nossa alta taxa de juros; como o governo não tomou as  medidas macro e micro economicas para permitir uma diminuição da taxa de juros, o Brasil provavelmente vai continuar como a maior taxa de juros do mundo, o que deve manter o real valorizado e a economia cada vez menos competitiva.

Mas o problema mais preocupante atualmente está na Europa. A taxa de juros dos títulos da dívida da Espanha e da Itália vem subindo a níveis recordes. Hoje a Itália vai ter de rolar uma parcela da dívida e existe dúvida se a demanda de títulos pelos Bond Holders vai ser suficiente ou se vai acontecer a uma taxa de juros razoável. Talvez o Banco Central Europeu tenha de intervir e comprar os títulos da Itália. Uma crise na Europa parece iminente.

sábado, 23 de julho de 2011

A Grécia é Aqui !

O Friedman está falando da Grécia, mas parece estar falando do Brasil! Praticamente todas as mazelas da Grécia se repetem no Brasil, e talvez até pior!Obviamente o Brasil tem uma economia bem mais pujante que a Grécia, mas infelizmente assim como na Grécia não há incentivo ao empreendedorismo, a educação é péssima, a burocracia é enorme, carga tributária alta, gastos públicos enormes e mal feitos, muita corrupção, péssimos políticos, apenas atrás de cargos e de desviar a verba pública, cultura paternalista e "do jeitinho".  Se continuar deste jeito o Brasil vai continuar sempre como a "o país do futuro", de um futuro que nunca chega.

Deem uma lida no texto do Friedman!

Abs

22/07/2011 - 00h01


Os gregos podem se tornar alemães?

Thomas L. Friedman

Em Atenas (Grécia)



Katerina Sokou, 37 anos, uma jornalista financeira grega do jornal “Kathimerini”, me contou esta história: um grupo de membros alemães do Parlamento bávaro visitou Atenas logo após o estouro da crise econômica aqui e se encontrou com alguns políticos, acadêmicos, jornalistas e advogados gregos em uma taverna para avaliar a economia grega. Sokou disse que sua impressão era de que os alemães estavam tentando descobrir se deveriam emprestar dinheiro para o resgate da Grécia. Era como se fosse um país entrevistando outro para aprovar um empréstimo.



“Eles não estavam aqui como turistas; nós estávamos passando dados sobre quantas horas trabalhávamos”, lembrou Sokou. “A sensação era de que tínhamos que persuadi-los a respeito de nossos valores.”



A observação de Sokou me lembrou algo que me foi dito por Dov Seidman, autor do livro “Como – Por que o Como Fazer Algo Significa Tudo” e presidente-executivo da LRN, que ajuda empresas a desenvolverem culturas de negócios éticas. A globalização dos mercados e povos se intensificou a um novo grau nos últimos cinco anos, com a ascensão das redes sociais, Skype, derivativos, conexão rápida sem fio, telefones inteligentes baratos e computação em nuvem.



“Quando o mundo está amarrado junto tão firmemente”, argumentou Seidman, “os valores e comportamentos de todos importam mais do que nunca, porque o impacto deles atinge muito mais pessoas do que nunca. (...) Nós passamos de conectados a interconectados e para eticamente interdependentes”.



À medida que fica mais difícil se proteger do comportamento irresponsável do próximo, acrescentou Seidman, tanto ele quanto você precisa se comportar mais responsavelmente – ou ambos sofrerão as consequências, quer você tenha feito algo errado ou não. Isso é duplamente verdadeiro quando dois países diferentes compartilham a mesma moeda, mas não o mesmo governo.



É por isso que esta história não se trata apenas de taxas de juros, mas sim de valores. Os alemães agora estão dizendo aos gregos: “Nós emprestaremos mais dinheiro, desde que passem a se comportar como alemães, no modo como poupam, no número de horas trabalhadas por semana, na duração das férias e quão consistentemente pagam seus impostos”.



A propósito, esses dois países são muito diferentes culturalmente. Eles lembram um casal sobre o qual você pergunta após o divórcio: “Como aqueles dois pensavam que poderiam se casar?”



A Alemanha é a epítome do país que enriqueceu produzindo coisas. A Grécia, após seu ingresso na União Europeia em 1981, se transformou em outro petro-Estado do Oriente Médio –só que em vez de um poço de petróleo, ela tinha Bruxelas, da qual Atenas extraía constantemente subsídios, ajuda e euros a taxas baixas de juros.



Os recursos naturais criam corrupção, à medida que grupos disputam quem controla a fonte. Isso é exatamente o que aconteceu na Grécia quando teve acesso a imensos subsídios e empréstimos. O empreendedorismo natural dos gregos foi canalizado na direção errada – para uma competição por fundos e contratos do governo.



Certamente nem tudo foi desperdiçado. A Grécia passou por um momento de modernização real nos anos 90. Mas após 2002, ela levantou seu pé, achando que tinha chegado, e muito dinheiro da União Europeia voltou a financiar um sistema corrupto e patrimonial, onde políticos distribuíam empregos públicos e projetos para localidades em troca de votos. Isso reforçou um imenso Estado de bem-estar social, onde os jovens sonhavam com um confortável emprego público e todos, de taxistas e caminhoneiros a farmacêuticos e advogados, eram autorizados a erguer barreiras à entrada de outros, o que inflacionava os preços artificialmente.



O ingresso na União Europeia “foi uma grande oportunidade para desenvolvimento e nós a desperdiçamos”, explicou Dimitris Bourantas, um professor de administração da Universidade de Atenas. “Nós também não aproveitamos os mercados dos (antigos) países socialistas em torno da Grécia. E também não aproveitamos o crescimento da economia global. Nós perdemos tudo isso porque o sistema político estava concentrado demais no crescimento da administração pública –e não no estímulo ao empreendedorismo, concorrência, estratégia industrial ou em vantagens competitivas. Nós criamos um Estado com grandes ineficiências, corrupção e uma burocracia muito grande. Nós éramos o último país soviético na Europa.”



Esse é o motivo para os gregos, ao se mudarem para os Estados Unidos, “explorarem seu talento e empreendedorismo” de formas que permitem que prosperem no comércio, ele acrescentou. Mas aqui na Grécia, o sistema encoraja o oposto. Os investidores aqui dizem que a burocracia envolvida na abertura de uma empresa é insuportável. É loucura; a Grécia é o único país no mundo onde os gregos não se comportam como gregos. O Estado de bem-estar social, financiado pelo euro, degenerou tudo.



Com o declínio de Beirute e Dubai, Atenas poderia ter se tornado o centro de serviços do Leste do Mediterrâneo. Em vez disso, Chipre e Istambul assumiram esse papel. A Grécia não pode desperdiçar esta crise. Apesar da implantação de algumas reformas no ano passado, o primeiro-ministro George Papandreou me disse: “O que é mais frustrante é a resistência no sistema. Como promover uma mudança de cultura?”



Será necessária uma revolução cultural. E isso só pode acontecer se os dois maiores partidos da Grécia se unirem, derem as mãos e forçarem coletivamente uma mudança radical na cultura de governo de cima para baixo. Sem isso, a Grécia nunca conseguirá pagar seus empréstimos.

Tradução: George El Khouri Andolfato

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Resultados Junho/2011

A bolsa este ano não está pra peixe; a bovespa vem acumulando seguidas quedas e já está entre as piores bolsas do mundo no ano. Aparentemente o principal motivo destas quedas da bolsa são um conjunto de fatores: pelo lado externo o temor de uma desaceleração forte da China com queda dos preços das comodities e pelo lado interno a conjuntura econômica desfavorável de inflação em alta; taxa de juros alta, real valorizado, maior endividamento da classe média e imóveis em patamares históricos muito altos (bolha ?); junte-se a isto a alta carga tributária e um governo com viés socialista que não vem fazendo as reformas necessárias e tem-se este resultado da bolsa em 2011.

Se por um lado a bovespa está teoricamente barata, como mostra o excelente estudo feito pelo HC e pelo Ricardo dos excelentes blogs HC Investimentos e Eu To na Bolsa; por outro lado as perspectivas de curto e médio prazo não são nada boas. Além disto o risco sistêmico vem progressivamente aumentando, com o recente downgrade da divida de Portugal para a categoria de "Lixo" pela Moody's. Se houver um default entre os PIIGS o contágio pode levar a uma crise a la 2008.

Vamos aos resultados de Junho. A minha carteira rendeu -1,11% no mês. Detalhes de cada classe de ativos:



FII

Com os juros altos e bolsa em queda muita gente tem vendido FIIs para realocar em ações e renda fixa. Então nos últimos meses a volatilidade tem sido bem alta. Isto tem aberto algumas ótimas oportunidades em FIIs.

Rendimentos mensais: 0,73%
(Des) Valorização das cotas: - 0,81%
Total: -0,08%

Carteira:



Ações


Ainda estou migrando das ações individuais para os ETFs. Na verdade neste exato momento que escrevo já vendi todas as ações mas no fim de junho ainda tinha uma parte da carteira em ações individuais. Acho que dentre os ETFs existem algumas opções interessantes para montar uma carteira mais voltada para o mercado interno como investir no setor de consumo (CSMO11), Imobiliário (MOB11), Financeiro (FIND11) e o SMAL11; enquanto que o indice Bovespa (BOVA11) tem uma alta parcela de empresas exportadoras que são mais sucetiveis a uma crise externa. Outra opção muito boa que teremos em breve é um ETF que segue o novo indice de Dividendos da Bovespa.

Carteira:



Não detalhei a carteira de ações por que já vendi. Fiquei impressionado com o FIND11; na minha carteira de ações individual já investia em pelo menos a metade das ações deste indice (Bradesco, Itau, Itausa, BB, BVMF, Cielo, Redecard); então foi uma escolha natural. Que burrice a minha em vez de comprar o ETF ficar comprando as ações uma a uma; vivendo e aprendendo. Acho que o setor financeiro está muito barato e é muito promissor.

O desempenho da carteira de ações apesar de tudo foi bom; acima do Ibovespa; -1,98% contra -3,43% do BOVA11.




Valor da Carteira e Alocação no fim do mês






Desempenho Histórico




Desempenho da carteira no ano: -0,82%


Abs

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Excelente momento para Investir

Meus amigos, estou totalmente sem tempo, mas gostaria apenas de deixar um pensamento.

É impressionante como estamos em um momento excelente para investir, visando o longo prazo...

- Renda Fixa com juros altos e perspectiva de subir um pouco mais e manter por um tempo razoável
- Alguns Fundos Imobiliários cairam e estão em promoção com ótimos Yields
- Ações de ótimas companhias, muito lucrativas e com boas perspectivas fuituras muito baratas.

Dá pra ganhar dinheiro em todos os mercados.
É nos momentos de crise que aparecem as melhores opções de investimentos. Estamos tendo ótimas promoções. Quem sabe nos próximos meses podemos ter um grande saldão.....

Abs

sábado, 4 de junho de 2011

Ações X BOVA11 X PIBB11

A carteira de ações completou um ano e chegou o momento de fazer uma análise mais detalhada; vejamos os resultados mensais e acumulados durante o período de 1 ano e façamos uma comparação com o Ibovespa (BOVA11) e o IBRX50 (PIBB11).

A primeira coluna é o retorno mensal; a segunda o retorno acumulado.



Podemos ver que estes últimos 12 meses foram um período difícil pros investidores em ações; muita volatilidade e retorno baixo. Certamente o desempenho da carteira de ações está longe de ser bom, perdendo do CDI. Apesar de tudo a carteira de ações conseguiu um desempenho positivo em um período difícil e ficou acima do BOVA11 e do PIBB11.

Desempenho abaixo do BOVA11: 6 meses
Desempenho acima do BOVA11: 6 meses

Vejamos um gráfico comparativo:



Algumas análises simples, sem maiores calculos do desempenho (estou sem tempo):

- A carteira de ações foi bem mais volátil que o Ibovespa, com perdas maiores e eventualmente ganhos maiores; no final o saldo foi positivo, mas sem grandes diferenças; sem fazer nenhum calculo (até por que a amostra é muito pequena) eu diria que esta diferença não é estatisticamente significante.

- Qual o motivo da performance melhor que o BOVA11 e o PIBB11? Será por que sou um excelente gestor de ações?? Longe disto. Sorte?? Talvez. Na verdade, acho que o principal motivo foi que minha carteira de ações era bem mais concentrada e com algumas small caps e consequentemente tinha um risco bem maior que o IBOV. Este risco maior se traduziu em um retorno ligeiramente melhor.

- Este exemplo mostra como a curva de risco/retorno é assimétrica; ou seja, voce se expõe a muito mais risco e o retorno é só ligeiramente superior (quando é superior).

- Agora analisando pelo lado do custoxbeneficio, os ETFs ganham fácil pois a minha carteira dispendeu muito tempo gasto em análises de empresas, leitura de balanços, acompanhamento, contra uma gestão passiva de um ETF; além de um maior nível de stress.

- Este pequeno ganho em relação ao BOVA11 e PIBB11 financeiramente não compensa; pelo menos para o tamanho da minha carteira de ações (~160K). Se tivesse dedicado este tempo a minha carreira teria ganho mais dinheiro.

- Outro ponto é que eu teria tido um retorno similar ou até melhor com um mix de BOVA11 e SMAL11, que teve um desempenho bem melhor no período.

Obviamente não da pra extrapolar o retorno ligeiramente melhor da carteira para o futuro. A chance de ganhar do BOVA11 e PIBB11 no longo prazo é bem pequena.

Concluindo, a gestão de uma carteira de ações da muito trabalho e a grande maioria dos investidores provavelmente estaria mais bem servido com um ETF. Investindo em um ETF o investidor tem uma carteira de ações mais diversificada, com menor risco, com uma relação de risco X retorno melhor e sem dispender muito tempo em gestão/acompanhamento.

Não que seja impossível ganhar do indice. Só não é fácil. Exige muita dedicação, possivelmente integral. Além de exigir conhecimentos profundos de economia, contabilidade e análise de empresas. Se voce trabalha no mercado financeiro, ótimo. Mas se voce trabalha em outro ramo, a melhor maneira de ficar rico é se dedicar a sua profissão ou ao seu negócio, para que possa ganhar muito dinheiro e então aplicar este dinheiro em um fundo passivo.

Após esta análise anual decidi vender minhas ações individuais e voltar a aplicar em ETFs. O maior motivo é pessoal - estou iniciando um novo projeto e preciso me dedicar integralmente a ele, não podendo perder tempo com análises de empresas. Então é muito mais prático deixar a carteira em piloto automático em um ETF.

Abs

sexta-feira, 3 de junho de 2011

Resultados de Maio/2011

Pessoal, iniciei um novo projeto pessoal e estou totalmente sem tempo; assim os resultados de maio vão ser bem resumidos.

Este mês apliquei R$ 3.000,00


Resultados: - 0,73%



E uma análise dos últimos 12 meses da carteira como um todo X CDI



Vou ver se esta semana consigo um tempo para postar uma análise detalhada da carteira de ações X BOVA11 X PIBB11 que fiz.

Abs

sábado, 21 de maio de 2011

Mudança da alocação

Em vista da bolsa estar relativamente barata (no meu ponto de vista) analisando indicadores fundamentalistas, especialmente o P/L, resolvi mudar a minha alocação padrão.

Anterior: Ações 33%; Renda Fixa 33%; Fundos Imobiliários 33%

Nova: Ações: 50%; Renda Fixa 15%; Fundos Imobiliários 35%

Maiores detalhes na atualização mensal.

Abs

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Ações em queda - o que fazer??



O mercado de ações vem testando os nervos dos investidores com sucessivas quedas. O que fazer nestas horas? Aqui vão uma série de sugestões:

1- Primeiro é importante manter a calma e procurar agir racionalmente e não de maneira emotiva e impulsiva.

2- A queda na bolsa não é pura manipulação como muitos acham, apesar de não podermos descartar que não haja nenhuma manipulação. Geralmente existem bons motivos para as quedas. Se voce não sabe o por que daquela determinada ação está caindo então é bom procurar se informar, ler sobre o cenário econômico nacional e internacional, para que possa tomar decisões bem fundamentadas. A economia está sempre mudando. Setores que antes eram bons agora podem não ser mais. É preciso se adaptar aos novos tempos.

3- Reveja seu plano de investimentos e o seu percentual de alocação em ações. Muitas pessoas acham que tem uma tolerânca ao risco alta, mas na hora da queda da bolsa acabam não suportando as perdas e saindo no pior momento possível. Se sua alocação em ações está muito alta para voce e voce só descobriu agora, este não é o melhor momento de vender as ações; vá colocando qualquer novo dinheiro na renda fixa e assim que a bolsa voltar a subir reajuste o seu portfolio para um nível mais condizente com sua tolerância ao risco.

4- Reveja as ações em que está investindo. Relembre por que investiu naquela companhia. Leia os últimos balanços da companhia. Eles vieram bons ou a companhia não está indo bem? Como está o setor? Existem boas perspectivas para o futuro? Será que a tese de investimento ainda está firme? Se sim não há motivos para entrar em pânico. Contudo se a companhia não está bem, se o setor não está bom ou se as perspectivas para o futuro estão ruins, talvez seja a hora de vender.

5- Não acredite naquela estória de que se voce não realizar não é prejuizo. Se voce tem a ação e está caindo voce está tendo prejuízo. Ponto. Não se engane!. Não adianta tapar o sol com a peneira. É melhor analisar o motivo da queda para que possa tomar uma decisão consciente. 

6- Quando vender uma ação? Resumidamente:
- Quando ocorreram mudanças no setor ou na empresa que mudaram sua tese de investimento e as perspectivas futuras não são boas.
- Quando existe uma melhor oportunidade em outra empresa/setor.

7- Lembre-se de que voce não precisa recuperar o dinheiro na mesma empresa. Se voce investiu em uma empresa que não está indo bem e existe outra empresa que está em uma ótima fase, então é bem mais provável que voce recupere o seu dinheiro investindo na empresa promissora.

8- Agora se voce tem uma reserva de emergências; se tem uma alocação adequada ao seu perfil, se as empresas em que investiu estão indo bem, com bons lucros e boas perspectivas futuras; fique tranquilo que em algum momento elas recuperam. Procure se manter no seu plano!

9- Se possível e se voce tiver estômago para isso, procure aumentar os seus investimentos na bolsa, pois é nestas horas de liquidação que aparecem várias pechinchas no mercado.

Abs

terça-feira, 10 de maio de 2011

Mercado de ações brasileiro é pouco confiável

O Brasil tem sido no último ano uma das piores bolsas do mundo. Vejam os dados que coletei do Yahoo finance (resutados em um ano):

Ibovespa: -1,27%

Estados Unidos: Apresentando recessão, Deficits altos e desemprego forte.
- Dow Jones: +17,61%;
- SP500: +16,09%


América Latina: Devíamos aprender algo com nossos "hermanos"
- Argentina: Merval+45,1%
- México: IPC: +9,88%
- Chile: IPSA: +25,21%

Europa: Mesmo com toda a crise na europa com os PIGGS as bolsa europeias vem batendo fácil o IBOV

- Inglaterra: FTSE100: +10,31%
- França: CAC40: + 7,71%
- Alemanha: DAX: +23,14%

Asia:
- China: Changai Composite: +6,44%
- Hong Kong: Hang Seng: +14,24%
- India: BSE Sensex: +6,92%
- Coreia: KOSPI: +27,51%

Japão: Nikkei 225: -6,99%
Finalmente conseguimos ganhar de alguem; só que aqui não teve nenhum terremoto com tsunami e acidente nuclear.

É óbvio que o mundo está passando por vários problemas, nos Estados Unidos, Europa, Oriente Médio e África; mas também é óbvio, pela análise comparativa, que a Bovespa vem caindo principalmente devido a fatores locais. Que fatores seriam estes?

Acredito que são principalmente dois problemas que estão interligados:

1) Gestão Político-Econômica equivocada:
- O governo expandiu muito a base monetária a fim de sair mais rápido da crise e também para eleger o sucessor de Lula; isto gerou Inflação;
- Carga tributária muito alta; produtos caros e pouco competitivos;
- Falta de investimentos adequados em infra-estrutura;
- Baixo investimento em educação

2) Intervenção frequente nos mercados financeiros:
- Ingerência do governo sobre o Banco Central (promovendo uma politica de juros mais branda);
- Intervenção constante do governo no cambio (mudanças do IOF e várias ameaças de novas medidas);

- Intervenção direta em empresas "privadas": Mudança no marco regulatório do petroleo; Capitalização da Petrobras com grande prejuizo aos minoritários; Intervenção na direção da Vale


Todos estes fatores criam um ambiente de incerteza que acaba afugentando os investidores estrangeiros do Brasil.

Além de tudo isto, segundo artigo transcrito abaixo, existem muitos "conflitos de interesse" na Bolsa brasileira, pois os grandes gestores de fundos de pensão são indicados por políticos.



Abs



Caso VALE: troca de presidente refere-se a fatos investigados na SEC e no FBI há mais de 5

Enquanto o mercado observou a troca de comando da VALE, sob os holofotes de influência ou não do Ministro Guido Mantega, da interferência ou não do ex-presidente Lula ou mesmo dos Presidente do Bradesco ou da PREVI, poucos investidores nacionais e internacionais perceberam a realidade envolvida.
As circunstâncias que envolveram a saída do Presidente Roger Agnelli e a posse do Dr. Murilo Ferreira revelam algo muito mais sério. Conforme já vem sendo investigado, desde de 2008, em processos na SEC (Comissão de Valores Mobiliários dos EUA) sob os nºs 676.560.200, 323.950.536. e 207.648.893.4; na NYSE (Bolsa de Valores de Nova Iorque) nº 676.560.196 e no FBI, existem provas definitivas de que o Brasil é um mercado perigoso e pouco confiável. Os players brasileiros estão organizados de maneira que violam regras internacionais, em que pese estarem inseridos em negócios e bolsas globais.

O problema não é quem manda na VALE, mas sim o fato incontroverso de que a maior parte dos negócios feitos a partir da BOVESPA, ou mesmo as fusões e incorporações internacionais abrangendo grandes empresas brasileiras envolvem, 90% das vezes, mais de U$ 250 bilhões administrados pelos 34 maiores fundos de previdência privados do Brasil, entre eles PETROS, PREVI, FUNCEF, mais os Fundos de Investimento em Ações dos clientes da Caixa Econômica Federal (aprox.U$ 90 bilhões), os Fundos de Investimento em Ações do Banco do Brasil (aprox. U$ 120 bilhões) e os fundos de participações organizados pelo BNDESPAR e pelo BNDES (com mais de U$ 150 bilhões de capital e participações) - fonte: denúncia no TCU sob o nº 027.703/2008-5).

Citadas entidades têm seus diretores e presidentes escolhidos por não mais do que seis pessoas justo posicionadas no Brasil. E pasmem, estas mesmas pessoas ainda escolhem os Presidentes e Diretores das mais de 20 empresas do Grupo "Privado" Eletrobras, das mais de 30 empresas que compõem o Grupo "Privado" Petrobras, escolhem os bancos responsáveis pelo bilionário negócio de emitir ações e ADRs do Banco do Brasil, Petrobras e Eletrobras; além de escolherem os presidente e diretores do BNDES e BNDESPAR, também definem o volume de financiamento e de participação societária, no Brasil e no exterior quanto a negócios das mais importantes empresas do mundo, tais como: OI BRASILTELECOM, VALE, JBSFRIBOI, BRASIL FOODS, EMBRAER, EMBRATEL, AMBEW-INTERBEW.

Todo este poder estruturado não vem a público, exceto quando ocorre mudanças como a da VALE. De regra, tudo sequer é comentado, não merecendo notas por parte de auditorias ou mesmo dos órgãos de fiscalização. Afinal, o mesmo centro de poder também escolhe os Diretores e Presidente da CVM - Comissão de Valores Mobiliários e do Banco Central do Brasil, órgãos que a todos deveria fiscalizar.

O fato preocupa não pela VALE ou por seu ex-presidente, mas sim pelo seguinte aspecto: caso este grupo de pessoas, empresas e bancos sintam-se tentados em ajudar um ao outro, será que estarão agindo com "conflito de interesses"? E pior: e se as pessoas citadas resolvessem revelar uns aos outros suas intenções e segredos, mesmo que de boa fé, estarão violando regras de "Chinese Wall" e suas ideias podem ou não definir ou criar movimentos que estabeleçam o preço de ações e commodities de forma não natural? E quando se reúnem e organizam ou não fusões/incorporações ou serão TAG ALONGS? Basta não ser público! Se ocorrer esta hipótese, estarão cometendo crimes financeiros ou simplesmente manipulando preços e mercado? É muita dúvida acessória para um mercado de "risco".

A preocupação agiganta-se ainda mais quando se considera o fato de que os negócios realizados por empresas e investidores brasileiros despontam com peso nas Bolsas de Valores que compõe o sistema NYSE/Euronext. VALE, AMBEV, JBS FRIBOI, PETROBRAS, ELETROBRÁS, OI BRASILTELECOM e BRASILFOOD, por ex., são as maiores multinacionais do mundo em seus setores de atuacão.

Assim, quando os diretores dos citados bancos, dos 34 maiores fundos de previdência privados do Brasil (que administram os recursos de seus clientes aplicados em fundos de ações), do BNDES, do BNDESPAR resolvem, estruturadamente, aplicar recursos em ações ou participar de fusões e incorporações, que envolvem os grupos empresariais, os quais estão ligados por um centro de gestão e financiamento comum, é necessário esclarecer ao mercado que estes estão agindo organizadamente, sem nenhuma fiscalização, isenta de conflito de interesses e utilizando mais de 400 bilhões de dólares em dinheiro e estruturas patrimoniais que ultrapassam 200 bilhões de dólares.

Sem explicar como isto ocorre, sempre haverá suspeita de "conflito de interesses", violação as regras de "Chinese Wall", "Falta de Transparência" e "ausência de fiscalização imparcial". Em território estrangeiro, principalmente nos mercados diretos e de derivativos organizados em torno das operação da Bolsa de New York, tais circunstâncias, presente ou ausente a má fé, são consideradas práticas de crime por força das leis Securities Exchange Act, Sarbanes Oxley- SOX e Dodd-Frank Act.

Édison Freitas de Siqueira
Presidente do Instituto de Estudos dos Direitos do Contribuintes
efs_artigos@edisonsiqueira.com.br
www.edisonsiqueira.com.br
http://www.administradores.com.br/informe-se/artigos/caso-vale-troca-de-presidente-refere-se-a-fatos-investigados-na-sec-e-no-fbi-ha-mais-de-5/54200/

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Resultados CIEL3

Em Janeiro e Fevereiro comprei ações da Cielo e Redecard, no melhor estilo contrarian, e fiz uma mini-análise (aqui). Na época ninguem recomendava a ação, era rebaixada por todos os analistas e aparentemente iria falir com o aumento da concorrencia. Poucos meses depois ela divulga resultados bem acima dos esperados e vem sendo destaque de alta na Bovespa, junto com a redecard.


DESTAQUES 1T11
 

- Volume financeiro de transações totalizou R$ 70,2 bilhões, aumento de 19,5% em relação ao 1T10 e redução de 5,2% em comparação ao 4T10;
 

- Receita operacional + antecipação de recebíveis líquida totalizou R$ 1,082 bilhão, aumento de 6,1%  em relação ao 1T10 e redução de 5,7% em relação ao 4T10; 

- EBITDA ajustado de R$ 684,3 milhões, redução de 4,1% em relação ao 1T10 e de 4,4% em relação ao 4T10; 



- Margem EBITDA ajustada de 63,2%, redução de 6,8 pontos percentuais em comparação ao 1T10 e aumento de 0,8 ponto percentual em relação ao 4T10; 


- Lucro líquido totalizou R$ 424,7 milhões, redução de 3,5% em relação ao 1T10 e de 4,2% em relação ao 4T10; 


- Margem de lucro líquido de 39,2%, redução de 4,0 pontos percentuais em relação ao 1T10 e crescimento de 0,6 ponto percentual em comparação ao 4T10; 

- Parceira para capturar as bandeiras Mais!, Bônus CBA, Cabal Vale, Verocheque, Banescard, Sodexo e Sapore; início da captura e processamento da bandeira Elo, em abril; 


- Aprovada na Assembleia Geral Ordinária e Extraordinária no dia 29/04/2011 a proposta de aumento de capital social via bonificação em ações de 20% e posterior grupamento na proporção de 3 ações para 1. 



Parabens a quem investiu. Ganhou bem em um período que a bolsa só caiu.


Abs


terça-feira, 3 de maio de 2011

Realocação

Com estas últimas quedas na bolsa chegou o ponto de fazer uma realocação no meu portfolio. Acabei optando por vender a minha posição no fundo imobiliário FMOF11. Na verdade cansei do ativo; depois de ficar com alguns andares vagos ficou com rendimento menor que a poupança, já por vários meses e não vem conseguindo relocar até o momento. Mandei um email pro RI no mês passado - eles falaram que estavam tentando relocar mas por enquanto não havia ainda nada definido; então optei por sair com lucro mínimo. Acho que a bolsa no nível atual  está bem mais atrativa.

Venda de 139 cotas do FMOF11 a R$ 106,01;

Compras:

- 100 PETR4 a R$ 25,5 (havia vendido um pouco em janeiro por R$ 27,64);
- 200 OGXP3 a R$ 15,98
- 100 CSNA3 a R$ 22,76
- 100 CSMG3 a R$ 28,20
- 300 GRND3 a R$ 9,27

Fiquei um pouco abaixo da minha alocação padrão em Fundos Imobiliários (30%) mas aos poucos vou refazendo. Vamos ver como é que a bolsa se comporta. Será que esta queda continua?? O que acham?

Abs

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Performance Abril/2011

O mês de Abril foi bem agitado, com o Ibovespa  caindo -3,58%. A economia brasileira se encontra em uma situação delicada com inflação alta, um real muito valorizado, pressionando as exportações e a balança comercial e uma taxa de juros alta e que possivelmente vai precisar subir mais. Estes fatores acabam afetando quase todas as empresas da bolsa. Neste cenário difícil o meu portfolio rendeu -0,89%.

Este mês apliquei R$ 3.175,00 no portfolio. Destes R$ 675,00 foram para pagar imposto de renda sobre a venda do ouro no mês anterior.


Renda Fixa - Fundo DI

Aplicação: R$ 1.000,00
Rendimento: R$ 1.372,89 / 0,803%
Patrimônio: R$ 164.284,01


Fundos Imobiliários (FII)

Não foi realizado nenhuma operação.

Alocação:




Alugueis: R$ 1.325,65 / 0,80%
(Des) Valorização: -1,00%
Total: -0,2%
Saldo Final: R$ 163.753,00



Ações

Vendas: 200 ELPL4 à R$ 38,19; com lucro de 10,4%
Compras: 200 RAPT3 a R$ 9,79; 1000 FJTA4 à R$ 3,93; 800 CARD3 à R$ 5,05;

Alocação no fim do mês:



Dividendos / JCP: R$ 413,57 (0,25%)
(Des) Valorização: -2,85%
Total: -2,6%
Saldo Final: R$ 161.187,80



Carteira

Renda Passiva (Juros + Dividendos/JCP + Alugueis): R$3.112,11 (0,63%)
Rendimento Total: -0,89%



Patrimônio e Alocação Final:



Resultados Mensais consolidados:


A bolsa tem sido o pior investimento nos últimos 11 meses e o melhor tem sido os Fundos Imobiliários.

Retorno das Ações em 2011: 2,17%
Retorno da carteira em 2011: 1,03%


Comentários

Os resultados deste mês foram razoáveis devido a forte queda da bolsa; contudo, pelo 4º mês consecutivo minha carteira de ações superou o Ibovespa. No consolidado dos últimos 11 meses a minha carteira de ações está acima do BOVA11 e do PIBB11, o que considero um excelente resultado (depois publico o comparativo). Analisando o rendimento passivo com juros/Dividendos/JCP/Alugueis vem em ascenção e no próximo mês deve ser bem maior. E o rendimento da carteira no longo prazo, analisando os últimos meses (ver tabela) vem superando o CDI (>140% CDI).

Rumo aos 500k!

Abs.

terça-feira, 26 de abril de 2011

Novas Small Caps: CARD3 e FJTA4

Uma das minhas metas no inicio do ano era investir mais em small caps. A idéia é investir em small caps baseado em análise fundamentalista, especialmente de empresas que estejam baratas e tenham bons fundamentos. O baratas se traduz em múltiplos de P/L, P/VPA e PSR não muito altos. Os bons fundamentos são principalmente um bom ROE/ROIC, dívida controlada e crescimento da receita acima do PIB. Obviamente achar empresas boas e baratas é bem difícil e, por isto, é necessário fazer algumas concessões. É preciso estar bem atento pois geralmente quando uma empresa boa está barata é por que ela ou o setor está passando por alguma dificuldade. Esta é a essência da estratégia de "valor". Procurar empresas que estejam desvalorizadas devido a algum problema temporário, acreditando em uma futura recuperação. É importante salientar que esta estratégia é de maior risco pois a recuperação pode ou não ocorrer. Assim fazer isto com toda a carteira (a não ser que seja muito pequena) e concentrar em poucos empresas é muito perigoso. Qual a melhor saída para gerenciar este risco? A melhor solução é reservar apenas uma parte da carteira para small caps, dentro de uma carteira de ações de blue chips, ter uma boa diversificação e montar a posição aos poucos no ativo.

Comecei 2011 com 500 ações da Eletropaulo. No mês passado após a divulgação dos dividendos comprei mais 300 ações a R$ 34,58 apostando em uma valorização pré-dividendos, totalizando 800 ações. Deu certo. Ontem vendi então 200 ações da ELPL4 a R$ 38,19 com lucro de 10,4%. As outras 100 ações vou manter no meu portfolio de longo prazo. Se a ELPL4 voltar a cair muito depois dos dividendos posso voltar a comprar. Com este dinheiro inicei uma posição em 2 novas empresas que acredito se encaixarem no perfil descrito acima de small caps "value":

1) Compra de 800 ações da CSU Cardsystem (CARD3) a R$ 5,05

Dados Fundamentalistas (site Fundamentus): P/L 7,3; P/VPA 1,58; PSR 0,63; EV/EBTIDA 4,62; DY 4,4%; ROE 21,7%; crescimento das receitas (5a): 5,3%; Div./PL 0,35

2) Compra de 1000 ações da Forja Taurus (FJTA4) a R$ 3,93

P/L 7,28; P/VPA  1,11; PSR 0,76; EV/EBTIDA 5,57; DY 4,3%; ROE 15,3%; crescimento das receitas (5a): 15,6%; Div/PL 0,71

PS.: Tem muitas empresas com preços interessantes na bolsa.

Abs

domingo, 24 de abril de 2011

Taxa de Crescimento da Randon

Como já destaquei várias vezes neste blog a análise fundamentalista não é infalível, na verdade está longe disto, pois ela analisa o passado e o presente, enquanto que o importante para o investidor é o futuro da empresa. Afinal o que importa não é o P/L atual, mas o P/L futuro. Imagine que hoje uma empresa tenha um P/L baixo, digamos de 8; só que no ano seguinte a empresa tem uma queda do lucro de 50% devido a algum problema na economia, no setor ou na empresa. O P/L que era de 8 de repente vira 16. A empresa que era barata na verdade virou cara. E vice versa. Indicadores ruins podem de repente se tornarem ótimos se a empresa crescer muito e tiver um lucro alto. Contudo, apesar das limitações, a análise fundamentalista é a única coisa confiável que temos para tentar projetar (com uma margem de erro relativamente grande) qual o futuro de uma empresa. E esta é o que usaremos, só que bem cientes que ela é sujeita a muitas falhas.

Mas qual a diferença entre esta abordagem e a abordagem fundamentalista tradicional "xiita"? Bem, a grande diferença é que, cientes que nossas análises fundamentalistas tem limitações e podem se mostrar falhas iremos ter uma postura no geral bem mais conservadora, não fazendo algumas loucuras que vemos frequentemente por aí, como estar "All In", ou concentrar demais a carteira em poucas empresas pois elas estão "muito baratas" e outras posturas semelhantes. Ou seja adotaremos uma diversificação bem maior.

Basicamente a análise fundamentalista tenta prever qual o crescimento provável do lucro de uma empresa e através disto se tenta achar o seu "preço justo". Neste ponto os erros podem ocorrer pros dois lados. Se voce projeta um crescimento pra empresa muito grande voce acaba chegando em um valor muito alto de preço justo, o que pode levar voce erroneamente a achar que a empresa está muito barata e a ter uma alocação muito alta nesta empresa. Se por outro lado voce for muito conservador e estimar um crescimento baixo vai acabar achando que a empresa está cara e tendo uma alocação baixa na empresa ou não comprando. Então achar a taxa certa é o "santo graal" da análise fundamentalista. Na prática o procedimento padrão é projetar a mesma taxa dos anos anteriores pro futuro, o que pode ou não acontecer.

E quanto a Randon? Como falei nos comentários do post anterior é interessante analisar várias taxas de crescimento e ver como se comporta o "preço justo".

Uma coisa interessante para termos uma idéia melhor e mais realista é analisar o guidance da empresa. Vamos ver:

Indicadores 2011 - Guidance

Receita Bruta Total - R$ 5,9 bilhões;
Receita Líquida Consolidada -R$ 3,9 bilhões;
Exportações -US$ 250 milhões;
Importações -US$ 100 milhões;
Investimentos -R$ 270 milhões;

Ou seja a meta da empresa é um aumento da receita bruta em  5,35% e um aumento da receita líquida de 5,4%. Ou seja a empresa não espera um crescimento forte, possivelmente pelo cenário econômico complicado que o Brasil atualmente se encontra com inflação em alta, restrições ao crédito,  aumento da taxa de juros e perspectivas de queda do PIB. E este cenário de baixo crescimento vem se refletindo nas cotações em bolsa. Agora já começamos a entender melhor o por que do fraco desempenho das ações da empresa no ano.

Agora vamos analisar agora o desempenho da empresa neste ano até março. A empresa divulgou uma nota:

"Informamos que a receita líquida consolidada da Randon S.A. Implementos e Participações, no mês de Março de 2011, atingiu R$ 374,4 milhões ou 28,6 % mais que aquela de Março de 2010.
No acumulado de Janeiro/Março 2011, a Receita Líquida consolidada totalizou R$ 953,9 milhões ou 21,9% mais que no acumulado no mesmo período do ano anterior.
A Receita Bruta total (sem eliminação e com impostos) no mês de Março de 2011 atingiu R$ 580,5 milhões ou 31,9% mais do que aquela de Março de 2010. No acumulado Janeiro/Março 2011, a Receita Bruta totalizou R$ 1,463 bilhão ou 24,3% mais que no mesmo período do ano anterior."

Ou seja, apesar do guidance de baixo crescimento da empresa, nestes 3 primeiros meses do ano o resultado tem sido aparentemente muito bom, com crescimento de 21,9% da receita líquida no período.

Concluindo, qual a taxa de crescimento da Randon ? Eu não sei, mas mesmo com um possível cenário de baixo crescimento da empresa, ela não parece estar cara; e a empresa tem um ótimo potencial no longo prazo. 

Abs.

sábado, 23 de abril de 2011

Randon

Na semana passada iniciei uma pequena posição na Randon (RAPT3) - compra de 200 ações a R$ 9,79, que acredito se encaixe na definição do Buffet de uma excelente empresa a um preço razoável.

Perfil da empresa: A Randon é uma empresa de transporte e logistica que atua em vários segmentos como reboques, semi-reboques, vagões, auto-peças e serviços; suas atividades estão concentradas no mercado interno, mas também  exporta seus produtos para mais de 100 países. A empresa tem foco no setor de agronegócios, mineração e industrial e ocupa posição de destaque nos mercados em que atuaVem tendo lucros constantes apesar de queda em 2009, com recuperação em 2010.

Governaça corporativa: Nivel 1

Participa nos indices: SMLL, INDX, ITAG, IGC, IBRX

Dados Fundamentalistas: P/L 9,57; P/VPA 2,04; PSR 0,64; EV/EBTIDA 5,04; DY 2,7%; ROE 21%; crescimento das receitas líquidas (5a): 12%

Problemas: Divida/PL 1,15; Margem líquida 6,7%

Destaques do relatório de 2010: Receita bruta : aumento de 51% sobre 2009; LL: aumento de 84% sobre 2009; EBTIDA: aumento de 82% sobre 2009; endividamento líquido: diminuição de 61% sobre 2009

Valuation: Através do método de FCD, supondo uma taxa de crescimento do lucro líquido de 24,28% (taxa dos últimos 5 anos) pelos próximos 5 anos e 3% na perpetuidade e usando uma taxa de desconto de 12% temos um preço justo de R$ 21,7, o que corresponde a uma margem de segurança de 122%.

A preferencia pelas ON foi pelo fato de estarem muito descontadas em relação as PN. A baixa liquidez não constitui um problema para mim.

Boa Pascoa.

sábado, 2 de abril de 2011

Performance Março/2011

Este mês fiz os últimos ajustes na minha carteira, reduzindo minha alocação do ouro a zero e aumentando a alocação nas demais classes de ativos, ficando com uma alocação de 33/33/33 em DI/FII/Ações. Além disto resolvi seguir uma dica do blog Investidor Defensivo e resolvi manter uma única conta de investimentos. Tinha uma grana (R$ 9.000,00) separada para trocar de carro aplicada na renda fixa. Saquei e apliquei no portfolio conforme a alocação.

Este mês apliquei R$ 2.000,00 no portfolio.

Ouro

Venda de 400g de ouro à R$ 74,00/g : R$ 29.600,00;
Lucro total da operação com ouro: 17,9%;
No mês: - 5,61%.

A partir deste mês o ouro sai da alocação.

Renda Fixa - Fundo DI

Rendimento: R$ 1.340,63 / 0,88%
Patrimônio: R$ 161.911,12


Fundos Imobiliários (FII)

Venda:  37 FMOF11 à R$ 115,00
Compra: 40 BCFF11 à R$ 107,10; 116 FEXC11B à PM de R$ 111,22;

Alocação:




Alugueis: R$ 1.040,12 / 0,71%
Valorização: 3,38%
Total: 4,09%
Saldo Final: R$ 165.399,5

Destaques: FFCI11 8,92%; FMOF 11,38%; BCFF11 10,17%


Ações

Vendas: CYRE3 à R$ 14,94; GFSA3 à R$ 10,39; PDGR3 à R$ 9,20;
Compras: 200 BBAS3 a R$ 28,1; 200 BVMF3 a R$ 11,06; 100 VALE5 a R$ 46,55; 300 ELPL4 a R$ 34,58

Alocação:


Dividendos / JCP: R$ 550,89 / 0,38%
Valorização: 2,99%
Total: 3,37%
Saldo Final: R$ 163.907,40

Destaques negativos: VALE5 -5,1%; GGBR3 -7,71%;

Destaques positivos: BBDC3 7,88%; CIEL 9,5%; RDCD3 10%; ELPL4 11,65%; HYPE3 13,42%


Carteira

Renda Passiva: R$ 2.931,64
Rendimento Total: 2,13%


Patrimônio e Alocação Final:



Resultados Mensais consolidados:


Retorno em 2011: 1,93%

Comentários

Os resultados deste mês foram excelentes; as ações do meu portfolio renderam 3,37% contra o Ibovespa de 1,79%. O maior destaque da carteira vai novamente para os Fundos Imobiliários que valorizaram muito. Houve neste mês também uma boa distribuição de dividendos. O rendimento da carteira no longo prazo, analisando os últimos meses (ver tabela) está excelente, bem acima do CDI no período.

Rumo aos 500k!

Abs.

quinta-feira, 31 de março de 2011

Abrindo o Jogo

E aí pessoal tudo bem?

Após pensar bem resolvi abrir o jogo e divulgar os valores reais (gostou Hotmar?) da minha carteira. A princípio sempre achei que acrescentava pouco a discussão, pois tirava o foco da estratégia e focava mais nos números. Contudo, refletindo melhor, achei que poderia ter alguns beneficios. Os principais motivos foram:

- Primeiro uma homenagem aos leitores do blog e aos vários colegas blogueiros que já divulgam a sua carteira como o Viver de Renda (putz, queria ganhar também uns 250K..haha), o Vida boa Investimentos (será que ainda tá vivo?), o Investir aos 40, o Heavy Metal (primeiro blogueiro milionário...queria ganhar metade do que o cara ganha..) e Investindo Futuro; espero não ter esquecido ninguem. Fica também o estimulo pro resto do pessoal também abrir o jogo.

- Segundo por que aparentemente existe uma maior identificação das pessoas com os valores absolutos do que com percentagens, tanto em nível de entendimento como em nível emocional. Experiência pessoal, quando falo pra minha esposa quantos por cento minha carteira rendeu ela nem da bola; mas se eu falar quanto rendeu em valores absolutos ela fica muito mais interessada.

- Terceiro e o principal motivo é que o tamanho da carteira influencia diretamente o modo como investimos, tanto influenciando na alocação, quanto na diversificação, estratégias, entre outras coisas. Investir R$ 10.000 reais é uma coisa; investir um milhão é algo bem diferente, que envolve estratégias totalmente diferentes. E com o eventual aumento da carteira é necessário muitas vezes mudar a estratégia, então sem divulgar valores as eventuais mudanças de estratégia não serão plenamente entendidas.

Bem, por hoje é só. Os valores mesmo voces verão só no próximo post em que trarei os resultados do mês de Março.

Abs

quinta-feira, 24 de março de 2011

Venda das Imobiliárias

Este foi para mim um mês de parar e analisar melhor a alocação da minha carteira e as correlações entre as diferentes classes de ativos e com isto tentar ajustar a carteira da melhor forma.  Uma das conclusões que cheguei foi justamente o que publiquei no último post, que como a minha carteira já tinha um percentual alto de hard assets (FIIs) que manter uma posição em ouro acrescentava pouco a proteção da carteira. Ao continuar a análise percebi também que, tendo um terço da carteira investido em imóveis (FIIs), já tinha uma boa exposição ao mercado imobiliário e que investir também em ações do setor imobiliário seria concentrar muito em um mesmo setor. Então optei por vender as ações que tinha relacionadas ao setor imobiliário (Cyrela, Gafisa e PDG).


Venda de CYRE3 a R$ 14,94;
Venda da GFSA3 a R$ 10,39;
Venda da PDGR3 a R$ 9,20

Prejuízo total de 6,1%.

Reapliquei o dinheiro em ações da Eletropaulo (ELPL4) que esta barata e vai distribuir um bom dividendo. Com isto a carteira ficou um pouco mais concentrada, com 17 ações. Deverei nos próximos meses analisar algumas outras ações, especialmente small caps para compor a carteira.

Compra ELPL4 à R$ 34,58

Além disto na semana passada vendi também algumas poucas cotas do FMOF11 a R$ 115,00, com lucro de 8% e comprei mais cotas do FEXC11B.

A carteira mantem a alocação de 33% na bolsa, 33% na renda fixa e 33% em imóveis.

Abs

sexta-feira, 11 de março de 2011

Mudanças no portfolio: Venda do Ouro

Acredito que é muito importante em um portfolio ter uma parte alocada em ativos reais (hard assets) como ouro, imoveis, jóias, commodities, entre outros. No portfolio permanente o papel do ouro seria de proteger o portfolio em períodos de forte inflação. Contudo os imóveis também tendem a se apreciar em perídos de inflação, mantendo o seu valor. Além disto as ações também tem um hedge parcial contra a inflação. Então o papel do ouro como hedge inflacionário talvez não seja tão necessário. Estive lendo vários artigos sobre o papel do Ouro e de Imoveis em um portfolio de longo prazo; e a conclusão que cheguei é que existe pouco beneficio adicional de se investir em ouro em um portfolio que tenha um grande percentual em imóveis (como o meu). Acredito que o ouro possa ter um papel importante em portfolios sem imóveis.

A principal desvantagem do ouro em relação aos imóveis é que os imóveis geram uma renda mensal na forma de aluguel, que no caso dos FII é isento de imposto de renda enquanto que os ganhos com ouro dependem exclusivamente da valorização e ganhos de capital. Além disto o investimento em ouro é muito mais "caro" devido ao enorme spread de compra/venda (ágio e deságio) na negociação do ouro. 

Optei então pela venda de todo o ouro do meu portfolio e manter apenas os imóveis (FII) como hard assets. Para verem como o deságio é grande o ouro hoje é vendido a R$ 74,00/g e é comprado a R$ 81,00/g. Vendi então a R$ 74,00; o meu preço médio de compra tinha sido R$ 62,75, o que representa um lucro de 17,9%; isto em um período de 2 anos; ou seja o rendimento ficou um pouco abaixo da renda fixa.

Resolvi então realocar o dinheiro entre as outras classes de ativos (Renda fixa, ações e Fundos Imobiliarios) em proporções iguais. Assim meu portfolio vai ter a partir de agora 33,33% de cada uma destas classes de ativos.

Operações:

- Apliquei um terço na renda fixa: fundo DI
- FII: Compra do FEXC11B a R$ 111,00 e do BCFF11B a R$ 107,1
- Ações: Reforcei algumas posições: compra da VALE5 a R$ 46,55; BBAS3 a R$ 28,1 e BVMF3 a R$ 11,06
- Restou ainda um pouco de dinheiro em caixa que ainda não decidi o que fazer.

Estas mudanças devem simplificar um pouco mais o portfolio; aumentar a renda mensal gerada pelo portfolio e diminuir a volatilidade (uma vez que o ouro é muito volátil). Existe contudo um pequeno aumento no risco global do portfolio, que acredito ser plenamente aceitável. 

Abs

quinta-feira, 10 de março de 2011

Dados Fundamentalistas da Carteira de Ações




Esta tabela foi feita pelo Ricardo do excelente blog "Eu To na Bolsa" e foi gentilmente cedida por ele. Ao Ricardo o meu Muito Obrigado!

Abs

terça-feira, 1 de março de 2011

Performance Fevereiro/2011

Em vista da atual conjuntura brasileira, com juros mais altos e projeção de crescimento menor da economia estive revendo o portfolio de ações e decidi fazer alguns ajustes. Isto impacta os modelos de precificação de ações de 2 formas: por um lado a taxa de desconto deve ser maior pelo aumento da taxa de juros; por outro lado o crescimento esperado da empresa muitas vezes deve também ser reduzido. Ontem fiz várias operações no portfolio mas achei melhor já publicar tudo junto hoje. Irei detalhar durante o texto.

O portfolio IF vem mantendo uma alocação próxima do target (30/30/30/10). Esta era a alocação no fim do mês:

Agora analisando o rendimento por classe de ativos e global:




Vejamos também o rendimento nos últimos meses, desde que este portfolio atual foi montado:




Ações

O rendimento da carteira de ações foi de 2,18%, novamente acima do Ibovespa no mês.

Operações realizadas ontem:

- Venda da CCRO3 por R$ 46,95 com lucro de 25,91%; motivo: a ação é excelente mas me parece estar muito cara; com P/L de 31,8;  P/VPA de 7,71 e PSR 5,76

- Venda da DASA3 por R$ 19,80 com lucro de 32,35%; motivos semelhantes ao da CCR; empresa muito boa mas cara (P/L 34; P/VPA 6,8; PSR 3,13)


- Venda da CNFB4 a R$ 5,06, com prejuízo de 17,54%; motivo: Último balanço veio muito ruim, com queda importante dos lucros; futuro meio nebuloso

Com isto e com as demais operações que já tinham sido realizadas terminei o mês com um portfolio de 20 ações:


Fundos Imobiliários (FII)

Recebi de rendimentos o equivalente a 0,66%; contudo o rendimento dos FIIs ficou novamente negativo este mês pela desvalorização do FMOF11. Paciência. Avaliando desde junho/2010 os FII ainda são a classe mais lucrativa, com rendimento de 26,14% no período.

Ontem também fiz um compra: Compra do Fundo Imobiliário Excellence (FEXC11B) a R$ 113,00 - um fundo imobiliário administrado pela Ourinvest que investe em letras hipotecárias, Letras de crédito imobiliário (LCI) e Certificados de recebíveis imobiliários (CRI).


Com isto a alocação ficou assim:



Portfolio

O Ouro rendeu bem este mês, apesar de minha posição em ouro ser pequena no portfolio; e o portfolio como um todo teve um bom rendimento, acima da renda fixa no mês. No ano o rendimento do portfolio ainda está negativo, -0,19% no ano.

Perspectivas

As perspectivas atuais no curto prazo são de aumento da taxa de juros na proxima reunião do copom, devido a presão inflacionária. A crise no oriente vem levando a um aumento do preço do petroleo, o que pressiona a economia global.

Abs

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Arbitragem na Usiminas e Inepar

Com a especulação sobre o aumento da participação da CSN no capital da Usiminas a USIM3 chegou a valorizar 30% no ano, enquanto que a USIM5 caiu 1%; devido a isto o spread entre as 2 aumentou muito, chegando a USIM3 a valer 50% a mais que a USIM5. Alguns analistas acham que havia um certo exagero. 

Acabei então optando por vender a USIM3 a R$ 27,87 e comprar USIM5 a R$ 18,96, sendo que com o valor da venda das USIM3 comprei 25% de ações a mais da USIM5 e ainda sobrou uma grana.  Espero não me arrepender depois. Acho que dei sorte e a USIM5 já subiu 3,8% depois da minha compra hoje.

Comprei tambem algumas ações da Inepar (INEP4) a R$ 5,28. A INEP4 é uma small cap que presta serviços de engenharia estrutural em vários setores de infra-estrutura e está passando por um turnaround; P/VPA 1,01 e está em um processo de reestruturação de dívidas; tem risco alto mas também pode ter um retorno alto no longo prazo.

Abs

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

2 anos investindo em Fundos Imobiliários

O Investimento em fundos Imobiliários (FII) é relativamente recente e bem pouco conhecido da maioria dos investidores; e cada vez mais ele vem se firmando como uma boa opção para investir no mercado imobiliário.

Neste post estou divulgando um pouco da minha experiênica de investimento nos FII nos últimos 2 anos. Invisto em FII desde novembro de 2008. Não é um período tão longo mas já da pra ter uma idéia melhor sobre este tipo de investimento.Esta é a sequencia de um post anterior que fiz em 2009, Um ano investindo em FIIs (link 1 e link 2).

Algumas caracteristicas dos FIIs:

- O investimento em FII é um tipo de investimento em imóveis e tem 2 componentes, um equivalente a uma renda fixa, que decorre do pagamento mensal dos rendimentos dos alugueis e outro decorrente da valorização da cota. Assim o investimento em FII é um investimento de renda variável.
- Sendo um investimento em imóveis devemos comparar o investimento em FII com o investimento em imóveis comerciais ou residenciais para aluguel. Não faz muito sentido comparar com renda fixa ou com ações.
- Os FIIs tem uma liquidez bem maior que um imóvel convencional, mas se compararmos com ações a liquidez é bem baixa. Então eles são mais adequados para investimentos de longo prazo em que se vise o rendimento mensal.
- A volatilidade dos preços das cotas é bem alta.
- Os rendimentos mensais são isentos de IR. Mas na venda dos FII é preciso pagar IR de 20%.

As principais vantagens dos FII sobre o investimento direto em imóveis são a praticidade, poder fazer compras e vendas pelo home broker, liquidez bem maior das cotas em relação a negociação de imóveis convencionais, não pagar altas corretagens, rendimentos mensais isentos de IR e poder investir com um capital bem menor, podendo diversificar entre vários imóveis.

Vamos aos resultados em 2 anos. Neste período o objetivo foi montar uma carteira diversificada de FII com o objetivo de receber os rendimentos mensais. A meta de rendimento era igualar o CDI em um prazo longo. Para isto foram sendo feitas compras mensais de FII de acordo com a minha disponibilidade de capital. Nesta tabela abaixo temos o preço médio de compra, preço atual, valorização das cotas e percentual de cada FII na carteira. Estes são os resultados acumulados. Não da pra comparar os rendimentos de cada FII na tabela pois os rendimentos correspondem a períodos diferentes. Alguns FIIs comprei há mais de 2 anos; outros há poucos meses, mas a maior parte tem mais de um ano e meio.



Neste período muitos FII tiveram uma excelente valorização. Destaque maior para o FLMA11 com valorização de 91% no período. Na época as cotas tinham caido bastante devido a queda nos rendimentos mensais e consegui um preço médio baixo. O pior resultado foi o do FMOF11. No último ano um inquilino devolveu 9 andares e o rendimento mensal do aluguel consequentemente caiu bastante, resultando na desvalorização da cota. Apesar disto a valorização média da carteira foi muito boa, de 31,17%, correspondendo a 1,14% a.m se o capital tivesse sido todo investido desde o início.

Além da valorização das cotas no período recebi o equivalente a 26,71% em rendimentos mensais líquido (isento de IR). Juntando com a valorização das cotas o rendimento total foi de 57,87%, o que equivaleria a uma taxa de rendimento de 1,9% a.m. Na verdade o rendimento real foi maior do que este pois o capital não foi todo investido desde o início, sendo que o capital que foi investido mais recentemente teve um rendimento menor.

Obviamente o retorno passado não prediz retornos futuros. Dificilmente os FII vão ter um rendimento tão alto daqui para frente. Na verdade, com o aumento da taxa de juros vai ficar cada vez menos interessante investir nos FII. Também é bom ter em mente que apesar da tendencia de curto prazo ser de aumento dos juros a tendencia de longuissimo prazo é de queda dos juros. Que rendimento esperar daqui pra frente? Bom, pode-se esperar pelo menos os rendimentos mensais dos alugueis. Muitos FIIs ainda estão com Yields interessantes, considerando que são líquidos de IR. Além disto os alugueis são reajustados conforme o IGP-M, então muitas vezes ocorre um aumento dos rendimentos mensais e uma melhora do Yield com o passar do tempo. Isto aconteceu com vários FIIs. Geralmente quando um FII aumenta seu rendimento mensal ele acaba tendo também uma valorização das cotas; ou seja voce ganha 2 vezes. Obviamente existe também o risco de diminuição dos rendimentos mensais como aconteceu com o FMOF11. Por isto a importância de diversificar entre vários FIIs.

O ideal é manter só um parcela da carteira em FIIs e só aquela parte que voce não vai precisar e esta disposto a manter por um longo período investido em FIIs; diversificar bastante entre vários FIIs; investir em FIIs que estejam com Yields interessantes e focar no longo prazo.

Abs