terça-feira, 13 de setembro de 2011

Analisando as causas da Crise

Vivemos hoje em dia em uma época espantosa em que presenciamos a maior crise econômica desde a grande depressão. Quais são as causas desta crise? Não estou aqui a tratar das causas imediatas como a queda do Lehman Brothers ou a perda do rating americano ou a dívida da Grécia, mas gostaria de refletir sobre as causas mais elementares e digamos estruturais desta crise. Entender as causas pode nos ajudar a encontrar soluções.

Um primeiro ponto está relacionado com o crescimento da população mundial e a sua relação direta com a escassez de recursos. Vivemos em um mundo finito com recursos finitos; a exploração espacial tem voltado cada vez mais ao escopo da ficção científica. Em um mundo finito ao passo que a população cresce vários problemas tendem a surgir:

- Se a população cresce mais que a quantidade de alimentos disponiveis vemos um aumento no preço dos alimentos;
- Nossa sociedade se baseia em combustiveis fósseis que são finitos e que podem estar no pico de produção; o aumento da demanda com oferta restrita leva a grandes aumentos do preço dos combustiveis, o que leva ao aumento do custo de vida; o uso de biocombustiveis como o alcool acaba criando pressão nos custos dos alimentos.
- Maior população tende a aumentar a concorrencia por trabalho; e o aumento da concorrencia leva a uma diminuição nos salários - isto é o que tem acontecido ao passo que a população chinesa foi incorporada ao mercado de trabalho globalizado.

Assim o crescimento populacional leva ao aumento nos preços dos alimentos e combustíveis e a uma maior concorrencia por trabalho e mercados com diminuição de salários. É o mesmo que acontece em uma família, quanto mais aumenta o número de filhos, menos recursos ficam disponiveis para cada um. Ou seja existe um limite para o crescimento. Do mesmo modo como uma familia não consegue criar bem muitos filhos, também a terra como um todo tem um limite de população que pode suportar com um determinado nível de consumo. Um consumo alto (alto nível de vida) só é possível para um número menor de pessoas; ao passo que aumenta o número de pessoas como os recursos são finitos necessariamente é preciso diminuir o consumo e nível de vida médio da população (obviamente isto acontece de forma desigual).

Na prática isto se traduz nos dias atuais em 2 fatores que tem contribuído para a crise:

- Aumento do preço dos combustíveis, das commodities e dos alimentos
- Grande número de trabalhadores (China e India) aceitando ganhar bem menos, e levando consequentemente ao aumento do desemprego em países industrializados nos Estados Unidos e na Europa.

No proximo post trataremos de outro aspecto estrutural da crise.

sábado, 3 de setembro de 2011

Grecia a beira do Default 2

Menos de uma semana depois do primeiro post Grecia a beira do Default as taxas de juros dos títulos (bonds) da Grécia de 1 ano subiram de 60% para 72% (aumento de 20%) em menos de 1 semana; a subida das taxas indica forte venda de títulos pelos investidores; o mercado está começando a entrar em pânico e vendendo os títulos da Grécia com grande desconto. Nesta situação se você tivesse que fazer uma aposta, apostaria em que: A Grécia vai entrar em Default ou não?? Se você acredita que a Grécia não vai entrar em default deveria investir nos títulos gregos pois vai ganhar muito dinheiro. O mercado certamente acredita que sim e ninguém tá querendo ficar com o pepino na mão. Meu incrível poder de prever o futuro me diz que esta semana será de fortes emoções. Deveremos ver no curto prazo um default da Grécia ou uma intervenção do Banco Central Europeu.

Abs