quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Resultados Agosto/2011

Em um mês que o Ibovespa caiu -3,96% a minha carteira conseguiu um  resultado excepcional de 4,26%, na verdade o melhor resultado da minha carteira nos últimos 15 meses. Este excelente resultado foi graças a ter recomprado minha carteira de ações em um excelente ponto após as fortes quedas do inicio do mês. Minha carteira de ações rendeu 11,72% no mês.

Este mês também foi muito bom pois graças a uns trabalhos extras consegui fazer um bom aporte de R$ 7.000,00 e superei pela primeira vez a marca simbólica dos 500K.

Alocação no fim do mẽs:
- DI: 30,81%
- FII: 35,52%
- Ações: 32,62%
- Caixa: 1,05%

Saldo no fim do Mẽs: R$ 521.302,93.

Resultado anual da carteira: 4,49%


Como já havia comentado em posts anteriores no mês retrasado preciso me dedicar a alguns projetos pessoais que exigem muito tempo e terei muito pouco tempo livre para continuar postando no blog. Como o Guilherme do blog Valores reais comentou recentemente em um post excepcional precisamos focar mais em nossa carreira pois ela é o nosso maior ativo e a verdadeira fonte da nossa riqueza.


Abs

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Grécia a beira do Default

Os títulos públicos da dívida da grécia (equivalentes ao nosso tesouro direto) de curto prazo (1 ano) estão pagando uma taxa de juros de 60% ao ano. Isto nos mostra que o risco de default é altíssimo em um curto prazo de tempo pois estas taxas são claramente insustentáveis.

E aí quem tem coragem de investir na Grécia?? Da pra ganhar (ou perder) muito dinheiro.



domingo, 28 de agosto de 2011

Analisando o Presente

É impossível prever o futuro com exatidão, mas é possível analisar o momento presente e tirar conclusões que podem nos auxiliar na nossa jornada. Ao analisar uma grande quantidade de dados atuais como a velocidade dos ventos, a umidade do ar, entre outros, os meteorologistas podem prever com uma certa margem de erro se vai chover ou não. Óbvio que a previsão pode sair errada, mas é mais seguro levar um guarda-chuva se formos avisados de uma possivel tempestade, ou até não sair de casa. A economia, como o clima, é um sistema dinâmico e complexo, com muitas variáveis e que por isto é muito difícil de analisar, mas nem por isto devemos desprezar o estudo da economia.

Alguns eventos e situações trazem consequências de longo-prazo; existe também uma relação de causa e efeito entre algumas variáveis; então muitas vezes ao analisar determinados fatos  podemos ter uma idéia do que pode acontecer no futuro. Se uma pessoa é diagnosticado com um cancer avançado o médico pode muitas vezes fazer um prognóstico de quanto tempo de vida aproximadamente a pessoa tenha. Evidentemente o médico não sabe o futuro e existe uma margem de erro no prognóstico; pode ser que em pouco tempo apareça um novo tratamento; mas em uma média o médico vai estar certo. Da mesma forma se um determinado país, como a grécia, tem uma dívida muito alta, muito acima do PIB do país, os economistas conseguem "prever" vários cenários que podem acontecer com o país: o país vai ter que "apertar o cinto" para pagar as dívidas com aumento dos impostos, restrição do credito, desemprego, recessão; isto vai causar muitos protestos da população e existe um risco de calote da dívida. O fato da dívida muito alta permite "predizer" vários eventos futuros com certa margem de erro. Obviamente não da pra prever a data em que a grécia vai dar calote, por exemplo; mas da pra ter uma boa idéia geral da direção mais provável da economia.

Especialmente nos dias atuais é importante estarmos atentos ao desenrolar da economia, pois vivemos em um período de grandes mudanças, de transição. As grandes economias desenvolvidas dos Estados Unidos, Europa e Japão estão muito endividadas, de uma forma insustentável; a população mundial está envelhecendo; estamos entrando na época do Pico do Petróleo; uma população mundial enorme tem trazido grande pressão sobre o preço dos alimentos. Ou seja o Estado falido, com menos receitas, maiores despesas com saúde e com combustivel e alimento caros. Em um cenário assim a competição por recursos, mercados e empregos será cada vez maior e vai sobreviver o mais adaptado.

Estamos a beira de uma grande recessão mundial. As quedas recentes na bolsa representam uma reprecificação dos ativos para um ambiente de menor crescimento. Em um mundo de recursos limitados precisamos mudar a mentalidade de uma economia baseada em débito e crescimento para uma economia baseada em sustentabilidade.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Resultados de Julho/2011


Em Junho eu estava otimista com a bolsa pois os multiplos fundamentalistas estavam baratos e parecia que a crise da Grécia iria se resolver. No início de Julho eu comecei a ficar cada vez mais pessimista com a economia mundial. Quando começaram a circular noticias sobre a dívida da Itália e sobre a ampliação do teto da dívida americana eu percebi que a crise que parecia estar restrita a Grécia estava se tornando em uma crise global; acabei no início do mes vendendo todas as ações e optando por esperar o desenrolar dos fatos.


Aumentei minha posição em Fundos Imobiliários (no NSLU11B) e a maior parte mantive na renda fixa.


Alocação: RF 65%; 
                 FII 35%


FIIs

%
FPAB11
15,89
EURO11
12,76
FLMA11
13,66
FFCI11
14,54
FEXC11B
11,16
NSLU11B
14,83
HCRI11B
4,95
PRSV11
2,02
BCFF11B
2,40
CSBC11
5,40
TRXL11
1,20
FCFL11
1,19


Resultado do Mẽs: 1,05%
Resultado no ano: 0,22%

Patrimônio: R$ 493.500,00

Durante o mês fiz um saque do portfolio; para uma viagem pros Estados Unidos; vou dar a minha contribuição para a melhora da economia americana.

Por sorte a minha análise se mostrou correta e o mercado caiu bastante em julho e agosto.

Atualmente estou analisando o melhor momento para voltar aos mercados de ações. 

Espero não ter decepcionado os colegas mais puristas do Buy&Hold.

Abs



First Rule of Panic: 'Don't Panic, but If you are going to panic, panic early’

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Crise nas Infinitas Terras

Quando eu era criança eu gostava muito de historias em quadrinhos e colecionava vários gibis. A situação atual do mundo lembra muito uma grande série da DC Comics chamada "Crise nas Infinitas Terras". Hoje ler as noticias economicas é muito mais interessante que os quadrinhos. O maior problema atual é que não temos nenhum herói. Os líderes mundiais vem se mostrando ineptos para lidar com os grandes problemas. O sistema político democrático acaba dificultando muito a tomada de medidas mais duras, mesmo que necessárias, pois os governantes temem não ser re-eleitos e preferem empurrar o problema pra frente, o que só agrava a situação.


O mundo encontra-se em uma situação muito delicada com grandes dívidas nas grandes economias desenvolvidas, Estados Unidos, Europa e Japão. A solução americana de imprimir rios de dinheiro não vem mostrando resultado e agora com a ascenção do Tea Party ( ala mais conservadora entre os republicanos) os EUA se viu forçado a iniciar uma política de austeridade. Todo o drama para aumentar o teto da dívida acabou apenas evidenciando a fraqueza do Obama e terminou com um acordo fraco que está longe de resolver o problema do deficit americano, fazendo com que um downgrade da nota de risco pelas agencias reguladoras seja uma ameaça cada vez mais provável. Uma agencia chinesa independente até já diminuiu a nota de risco dos EUA, mas todo mundo está de olho na posição da Standard and Poors.

A estratégia americana para sair da crise é desvalorizar o dolar para aumentar a competitividade dos produtos americanos e aumentar a receita das empresas americanas. Isto tem afetado especialmente o Brasil que tendo uma carga tributária alta e baixa produtividade vem caminhando para a desindustrialização enquanto o governo fala que está tudo bem. Isto se traduz em os brasileiros (inclusive eu) com a queda do dolar preferindo comprar produtos importados pois são mais baratos e de melhor qualidade. Ou seja a salvação dos EUA seria as custas de vários outros países. Agora finalmente o governo reconheceu o problema e lançou um pacote de estímulo para a industria. Mas o governo também não tem tido a coragem ou força (ou vontade) política para tomar as medidas necessárias de diminuir a carga tributária, cortar os custo do governo, simplificar as leis trabalhistas e investir na educação. A dívida pública brasileira vem crescendo gradativamente e já está em R$ 1,8 Trilhão (segundo reportagem recente da revista Veja); e o grande problema desta dívida brasileira é que a maior parte dela é dívida interna com taxa de juros Selic de 12,5%; ou seja só de juros o Brasil tem que pagar R$ 225 bilhões de reais por ano.

Agora a crise se intensifica e entramos nesta última semana em uma nova fase da crise com as guerras cambiais. Aparentemente vários países não vão aceitar esta desvalorização do dolar e estão tomando medidas sérias para desvalorizar suas moedas. O Brasil vem apelando para a taxação e regulação das operações cambiais. A suiça vem atuando na libor (trazendo a libor de 3 meses para zero) para valorizar o Franco Suiço. O Japão começou também a intervir na taxa de cambio para desvalorizar o Yen. O grande problema do Brasil neste sentido é nossa alta taxa de juros; como o governo não tomou as  medidas macro e micro economicas para permitir uma diminuição da taxa de juros, o Brasil provavelmente vai continuar como a maior taxa de juros do mundo, o que deve manter o real valorizado e a economia cada vez menos competitiva.

Mas o problema mais preocupante atualmente está na Europa. A taxa de juros dos títulos da dívida da Espanha e da Itália vem subindo a níveis recordes. Hoje a Itália vai ter de rolar uma parcela da dívida e existe dúvida se a demanda de títulos pelos Bond Holders vai ser suficiente ou se vai acontecer a uma taxa de juros razoável. Talvez o Banco Central Europeu tenha de intervir e comprar os títulos da Itália. Uma crise na Europa parece iminente.