quinta-feira, 24 de junho de 2010

Análise de Risco da Carteira de Ações

A corretora WIN tem uma ferramenta excelente que permite que se faça uma análise de risco de uma carteira de ações. Para poder utilizar é necessário fazer um cadastro e criar uma conta na corretora, mas não é necessário criar uma conta completa. Após o cadastro e fazer login voce já pode acessar esta e outras ferramentas interessantes. Voce cadastra uma carteira de ações, colocando todos os ativos e quantas ações de cada um voce possui. Depois disto o sistema calcula o Beta da carteira, o Value at Risk (VaR) e há uma área bem interessante em que se pode simular vários cenários de stress. Nesta área é possivel ver o que provavelmente aconteceria com a sua carteira se o Ibovespa subisse ou caisse de 1 até 10%. Também é possivel simular o que possivelmente aconteceria em 4 cenários históricos: A queda da bolsa da China, o 11 de setembro, a crise asiática e com o Ibovespa a 72.000 pontos.

Vejamos os resultados para minha carteira de ações:

Beta: 0,95
VaR (Pior perda de sua carteira de um dia para o outro, em condições normais de mercado, com intervalo de confiança de 95%): Valor correspondente a 2,1% do valor total da carteira

Cenários de Stress:

- Crise Asiática 1997: -15,29%
- Queda da Bolsa da China: -14,47%
- 11 de setembro: -7,49%

- Ibovespa a 72000 pontos: +16,5%

Seria interessante se eles tivessem uma opção de simulação da crise do subprime. Obviamente estas simulações se baseiam em retornos passados e não são 100% confiáveis. Servem apenas para se ter uma idéia do que poderia acontecer e se preparar psicologicamente para uma crise.

Fiquei contente que a performance está bem próxima do Ibovespa.

De qualquer modo a WIN está de parabens pela excelente ferramenta.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Aniversário

O blog está comemorando um ano de existencia e de visual novo. Nada muito elaborado, apenas um dos novos designs do blogger que achei mais interessante. Este blog não tem uma periodicidade definida, pois só escrevo quando acho que tenha algo interessante para outros lerem, e o foco maior é na qualidade e não na quantidade, mas houve no total 68 posts, o que dá um pouco mais de um post por semana. O Objetivo do blog é a educação financeira e acredito que ele vem conseguindo trazer um conteudo de valor aos pequenos investidores.

Em comemoração ao aniversário trouxe um pequeno resumo dos melhores posts neste último ano, que refletem bem tudo que tenho aprendido e como vejo o mundo financeiro.

domingo, 20 de junho de 2010

Portfolio

Como tinha prometido estou divulgando meu portfolio pessoal.

Portfolio 20/06/2010

Visão Macro do portfolio; lembrando que a meta de alocação seria Ações 30%, RF 30%; FII 30%; Ouro 10%

FII 30,58%
Ouro 7,97%
RF 28,89%
Ações 32,29%
Caixa 0,26%

terça-feira, 15 de junho de 2010

Retrospectiva Maio / 2010

Estarei descontinuando o acompanhamento do nosso portfolio permanente fictício, basicamente por que não estou mais investindo em ETFs, então acho que fica um pouco contraditório; apesar de ainda achar uma excelente opção de investimento. Além do mais acho que mesmo nestes poucos meses já deu para pegar um pouco o espírito da coisa, no uso de asset allocation, e deu para ter uma idéia dos seus benefícios. Mas em compensação vou passar a divulgar meu portfólio pessoal, que segue os mesmos princípios do portfólio permanente e segue os mesmos targets de alocação, apenas com um pouco mais de flexibilidade, e no caso em vez dos ETFs estou investindo em ações individuais na parte das ações. Apenas não divulgarei valores, apenas percentuais, até por que acho que não acrescenta muito.

Apenas para relembrar, no mês de maio tivemos uma forte queda da bolsa com a acentuação da crise européia, seguida no final do mês de uma recuperação parcial. A Selic vem aumentando, pressionada pela inflação e o câmbio manteve-se relativamente estável, com leve apreciação do Dólar e desvalorização do Euro. O grande destaque novamente foi o Ouro, com valorização expressiva. Os Fundos imobiliários se mantiveram relativamente estáveis.

IBOVESPA: - 6,64%
LFT (16/03/2011): 0,74%
IPCA: 0,43%
IGP-M: 1,19%

No mês, vendi algumas cotas de Fundos de Investimento Imobiliário e comprei ações da Cyrela e Itausa, que já tiveram uma apreciação razoável. Depois coloco o portfolio detalhado.

sábado, 12 de junho de 2010

Onde estão os investidores?

Eu fico impressionado como ao surfar pela internet, pelos diversos sites e forums de finanças no Brasil como aparentemente existem poucos investidores de longo prazo. Só se fala de dicas, day trades, swing trades, opções, análise gráfica, candles, Fibonacci e outras baboseiras sem nenhuma base. A impressão que tenho é que 90% de todos os supostos "investidores" estão apenas no jogo da especulação de curto prazo, fazendo basicamente "apostas" se uma ação vai cair ou subir, e se o mercado for contra sua aposta acionam ordens de Stop Loss. E os ganhos, quando acontecem vão sendo corroídos pelas múltiplas corretagens, taxas, spread, imposto de renda e as eventuais perdas que sempre vão acontecer. Para a maioria a bolsa é um verdadeiro cassino, em que elas apostam suas "fichas" para ver se tiram a sorte grande. Obviamente alguns vão eventualmente ganhar dinheiro, mas muitos vão perder boa parte de suas economias que foram juntadas as custas de muito suor e sacrificio, enquanto a banca sempre ganha.

São raros os casos de investidores que montam uma carteira de ações pro longo prazo. As estratégias que tem mais embasamento histórico e científico são as que menos atraem e que tem menos destaque. E mesmo as corretoras mudam suas carteiras sugeridas praticamente toda semana. Como pode uma corretora mudar sua carteira toda semana?? Obviamente para as corretoras isto é muito interessante pois elas vivem das corretagens e quanto mais o investidor girar sua carteira mais elas ganham. Uma das poucas exceções é a Geração Futuro que mantem uma carteira de ações longo prazo relativamente estável e que já investem nas mesmas empresas há vários anos, com ajustes pontuais. Fora esta corretora apenas algumas asset managers que mantem  alguns fundos de investimento fundamentalistas mantem carteiras de longo prazo, mas estes não divulgam em que investem, são "caixas pretas"; então tem um risco muito alto e não são recomendáveis para um investidor comum (na verdade não acho recomenável para ninguem investir em um fundo em que voce nem sabe o que o gestor está comprado). Outra louvável exceção que conheço é o Anderson Lueders do blog Small caps, que montou uma bela carteira de small caps e vem tendo retornos excepcionais; e outro caso raro, agora em uma estrategia de investimento no indice, o blog do Viver de renda que vem investindo em uma carteira de PIBB11. Mas onde estão os outros investidores de longo prazo?? Obviamente a maioria dos investidores sérios de longo prazo não divulgam informações na net, mas mesmo assim me impressiona a escassez de informações sérias sobre investimento na net.

Gostaria de saer onde estão os demais investidores de longo prazo. Quem souber me avisa.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Diversificação: Quantas Ações??

Por que diversificar?? Basicamente por que o futuro é incerto e o homem não tem a capacidade de prever o futuro. Não sabemos qual classe de ativos será a melhor e nem qual empresa vai ter a melhor performance. Se soubessemos isto com certeza deveríamos investir tudo em apenas uma ação. E o passado não é um bom guia. Muitas vezes a ação que teve maior rentabilidade em um período tem uma performance baixa depois.

Já vimos em artigos anteriores como a analise técnica e a análise fundamentalista tem pouco valor em predizer o futuro. A análise técnica nos mostra graficamente a evolução passada dos preços de uma ação, mas isto não se traduz em nenhuma informação válida sobre os preços futuros desta ação. Também a análise fundamentalista nos mostra as informações financeiras e patrimoniais de uma empresa na data do balanço mas também não tem poder de predizer o futuro desta empresa. Os "preços alvo" de análise fundamentalista são baseados em extrapolações de taxas de crescimento de lucros e são dependentes de inúmeras variáveis.

A única coisa que influencia os preços são as expectativas futuras sobre o desempendo da empresa e da economia e a concretização ou não destas expectativas. Vamos a um exemplo simples - Petrobrás. O que influencia o preço das ações da petrobras não é o gráfico das cotações passadas da empresa e nem é nenhuma informação do balanço da empresa. Não que as informações do balanço não influenciem, mas estas informações já estão precificadas. Então o que influencia o preço da ação? Expectativas e reais mudanças da cotação de petroleo, da taxa de cambio do dólar, dos preços dos combustiveis ao consumidor, as descobertas de novos poços e os desdobramentos do projeto de capitalização da empresa e da exploração do pre-sal, entre diversos outros fatores. São estas expectivas e a sua concretização ou não que influenciam as cotações das ações.  Ou seja são as novas informações, atualmente desconhecidas, que direcionam a cotação da ação, e estas novas informações são precificadas rapidamente ao preço da ação, de uma maneira quase instantanea.

Sendo assim, a diversificação é uma ferramenta chave na diminuição do risco de uma empresa. Mas quanto diversificar? Não existe uma resposta certa a esta questão mas acredito que no mínimo se deveria investir nos principais setores da economia e idealmente em não apenas uma empresa de cada setor. Os principais setores da economia na bolsa são o de Petróleo, Mineração, Siderurgia, Financeiro, Alimentos, Madeira e Papel, Construção, Elétrico, Telefonia, Saneamento, Saúde, Comércio (Bens de consumo) e Transporte. Isto nos deixaria com uma carteira minima de treze ações se formos investir apenas na maior ou mais promissora empresa de cada setor. Se formos investir nas 2 maiores teríamos uma carteira de 26 ações. O problema maior é montar e administrar uma carteira grande de ações. É por isto que os ETFs como o PIBB e o BOVA são muito práticos pois comprando apenas um ETF já temos uma ampla diversificação entre pelo menos 50 empresas.

Os defensores de uma grande concentração de ações frequentemente citam o Warren Buffet como defensor de uma carteira concentrada e montam carteiras com 4-5 empresas, achando que estão seguindo o "Warren Buffet Way". Nada mais longe da realidade. Warren Buffet realmente é contra uma diversificação muito grande. Mas o que ele quer dizer quando fala em ser contra uma diversificação muito grande? Ele está se referindo aos fundos de ações americanos que investem em centenas de empresas. Nos Estados Unidos a maioria dos fundos de ações e ETFs tem centenas de empresas. Por exemplo o principal indice de ações americano (SP500) tem 500 empresas e estas são apenas as grandes empresas; fundos que englobam o mercado americano completo chegam a ter 5000 empresas. E quanto ao Warren Buffet? Será que ele investe em 4-5 empresas? Ou seria umas 6-8?? 10-12?? O Portfolio atual do Buffet é constituído por 41 empresas. Isto mesmo, 41 ações, fora os investimentos em títulos públicos, imóveis e em moeda estrangeira. Sendo que destas 41 ações, 13 empresas formam a maior parte da sua carteira. E isto no mercado americano, que é considerado muito mais seguro e muito menos volátil. Já os mercados emergentes como o Brasil tem um risco muito maior, que sugeririam até uma maior diversificação. Voce pode até se dar muito bem investindo em poucas ações mas o risco é muito grande. Por que não usar as chances a seu favor e não contra voce??

Fonte: http://warren-buffett-portfolio.com/