quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Até Mais e obrigado pelos peixes

Pessoal,

Com já tinha comentado anteriormente iniciei outros projetos que demandam minha atenção total, então este blog não será mais atualizado.

Sigo com minha estratégia de alocação e com minha carteira, mas como meu foco é o longuíssimo prazo então o acompanhamento muito próximo da carteira acaba sendo pouco produtivo. Estarei fazendo apenas reavaliações semestrais da carteira ou se houver grandes mudanças nos preços dos ativos. A idéia é viver a vida e deixar o investimento seguir o seu curso em um piloto automático, no melhor estilo de investimento passivo.

Agradeço a todos os que contribuíram com seus comentários e sugestões; agradeço também aos colegas de outros blogs que sempre prestigiaram o blog Investimentos e Finanças.


segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Resultados Outubro/2011

Como tinha comentado previamente o tempo para atualizar o blog está bem curto. Em setembro estive de férias e agora alguns projetos pessoais vem exigindo minha dedicação mas vamos fazer uma atualização rápida dos últimos 2 meses. A volatilidade no mercado de ações nestes meses foi enorme e a crise deu uma aliviada com o "calote estruturado" de 50% da Dívida da Grécia.

Em Setembro consegui investir R$ 3.000,00 e em outubro mais R$ 2.000,00; o que considerando as despesas da viagem de férias foi muito bom. Venho usando um método de alocação dinâmica e aumentei em setembro o percentual em ações. Apesar do alto risco vejo algumas grandes oportundades na bolsa. Minha carteira vem também com grande volatilidade, ou seja, altas emoções. Vamos aos resultados da carteira:

Setembro: -6,94%
Outubro: 6,73%

Em 2011: 3,79%

Saldo no fim do mês: R$ 526.378,41

Acredito que veremos uma recuperação do Ibovespa até o fim do ano.

Abs

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Causas Estruturais da Crise - Pico do Petroleo

Uma das causas estruturais mais importantes da crise mundial e menos comentadas e compreendidas é o pico do petroleo. Com o crescimento da demanda devido ao crescimento da China e India e a restrição da "Net Energy", da energia livre disponível é impossível um crescimento continuado da economia mundial. Como os políticos mundiais vem ignorando os alertas sobre o pico do petroleo foram feitos muitos investimentos errados, muitos emprestimos baseados em uma premissa de crescimento da economia que não veio, levando a muitos prejuízos. 

Como existe muita ignorância e dúvida sobre o pico do petroleo, segue alguns trechos de um documento oficial: World Energy Outlook 2010 (Sumário), da Agência Internacional de Energia (Potugues de Portugal):

O pico de extracção do petróleo: convidado ou desmancha-prazeres?

O preço do petróleo necessário para equilibrar os mercados do petróleo deverá aumentar, reflectindo a insensibilidade crescente aos preços tanto da demanda como da oferta.

A produção de petróleo bruto atinge um planalto ondulante de aproximadamente 68‐69 mb/d em 2020, embora nunca volte ao nível mais alto de sempre, de 70 mb/d em 2006


A amplitude desconhecida dos últimos recursos recuperáveis de petróleo tanto convencional como não convencional representa uma grande fonte de incerteza em matéria de perspectivas para a produção mundial de petróleo a longo prazo.



http://www.worldenergyoutlook.org/docs/weo2010/weo2010_es_portuguese.pdf

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Analisando as causas da Crise

Vivemos hoje em dia em uma época espantosa em que presenciamos a maior crise econômica desde a grande depressão. Quais são as causas desta crise? Não estou aqui a tratar das causas imediatas como a queda do Lehman Brothers ou a perda do rating americano ou a dívida da Grécia, mas gostaria de refletir sobre as causas mais elementares e digamos estruturais desta crise. Entender as causas pode nos ajudar a encontrar soluções.

Um primeiro ponto está relacionado com o crescimento da população mundial e a sua relação direta com a escassez de recursos. Vivemos em um mundo finito com recursos finitos; a exploração espacial tem voltado cada vez mais ao escopo da ficção científica. Em um mundo finito ao passo que a população cresce vários problemas tendem a surgir:

- Se a população cresce mais que a quantidade de alimentos disponiveis vemos um aumento no preço dos alimentos;
- Nossa sociedade se baseia em combustiveis fósseis que são finitos e que podem estar no pico de produção; o aumento da demanda com oferta restrita leva a grandes aumentos do preço dos combustiveis, o que leva ao aumento do custo de vida; o uso de biocombustiveis como o alcool acaba criando pressão nos custos dos alimentos.
- Maior população tende a aumentar a concorrencia por trabalho; e o aumento da concorrencia leva a uma diminuição nos salários - isto é o que tem acontecido ao passo que a população chinesa foi incorporada ao mercado de trabalho globalizado.

Assim o crescimento populacional leva ao aumento nos preços dos alimentos e combustíveis e a uma maior concorrencia por trabalho e mercados com diminuição de salários. É o mesmo que acontece em uma família, quanto mais aumenta o número de filhos, menos recursos ficam disponiveis para cada um. Ou seja existe um limite para o crescimento. Do mesmo modo como uma familia não consegue criar bem muitos filhos, também a terra como um todo tem um limite de população que pode suportar com um determinado nível de consumo. Um consumo alto (alto nível de vida) só é possível para um número menor de pessoas; ao passo que aumenta o número de pessoas como os recursos são finitos necessariamente é preciso diminuir o consumo e nível de vida médio da população (obviamente isto acontece de forma desigual).

Na prática isto se traduz nos dias atuais em 2 fatores que tem contribuído para a crise:

- Aumento do preço dos combustíveis, das commodities e dos alimentos
- Grande número de trabalhadores (China e India) aceitando ganhar bem menos, e levando consequentemente ao aumento do desemprego em países industrializados nos Estados Unidos e na Europa.

No proximo post trataremos de outro aspecto estrutural da crise.

sábado, 3 de setembro de 2011

Grecia a beira do Default 2

Menos de uma semana depois do primeiro post Grecia a beira do Default as taxas de juros dos títulos (bonds) da Grécia de 1 ano subiram de 60% para 72% (aumento de 20%) em menos de 1 semana; a subida das taxas indica forte venda de títulos pelos investidores; o mercado está começando a entrar em pânico e vendendo os títulos da Grécia com grande desconto. Nesta situação se você tivesse que fazer uma aposta, apostaria em que: A Grécia vai entrar em Default ou não?? Se você acredita que a Grécia não vai entrar em default deveria investir nos títulos gregos pois vai ganhar muito dinheiro. O mercado certamente acredita que sim e ninguém tá querendo ficar com o pepino na mão. Meu incrível poder de prever o futuro me diz que esta semana será de fortes emoções. Deveremos ver no curto prazo um default da Grécia ou uma intervenção do Banco Central Europeu.

Abs


quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Resultados Agosto/2011

Em um mês que o Ibovespa caiu -3,96% a minha carteira conseguiu um  resultado excepcional de 4,26%, na verdade o melhor resultado da minha carteira nos últimos 15 meses. Este excelente resultado foi graças a ter recomprado minha carteira de ações em um excelente ponto após as fortes quedas do inicio do mês. Minha carteira de ações rendeu 11,72% no mês.

Este mês também foi muito bom pois graças a uns trabalhos extras consegui fazer um bom aporte de R$ 7.000,00 e superei pela primeira vez a marca simbólica dos 500K.

Alocação no fim do mẽs:
- DI: 30,81%
- FII: 35,52%
- Ações: 32,62%
- Caixa: 1,05%

Saldo no fim do Mẽs: R$ 521.302,93.

Resultado anual da carteira: 4,49%


Como já havia comentado em posts anteriores no mês retrasado preciso me dedicar a alguns projetos pessoais que exigem muito tempo e terei muito pouco tempo livre para continuar postando no blog. Como o Guilherme do blog Valores reais comentou recentemente em um post excepcional precisamos focar mais em nossa carreira pois ela é o nosso maior ativo e a verdadeira fonte da nossa riqueza.


Abs

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Grécia a beira do Default

Os títulos públicos da dívida da grécia (equivalentes ao nosso tesouro direto) de curto prazo (1 ano) estão pagando uma taxa de juros de 60% ao ano. Isto nos mostra que o risco de default é altíssimo em um curto prazo de tempo pois estas taxas são claramente insustentáveis.

E aí quem tem coragem de investir na Grécia?? Da pra ganhar (ou perder) muito dinheiro.



domingo, 28 de agosto de 2011

Analisando o Presente

É impossível prever o futuro com exatidão, mas é possível analisar o momento presente e tirar conclusões que podem nos auxiliar na nossa jornada. Ao analisar uma grande quantidade de dados atuais como a velocidade dos ventos, a umidade do ar, entre outros, os meteorologistas podem prever com uma certa margem de erro se vai chover ou não. Óbvio que a previsão pode sair errada, mas é mais seguro levar um guarda-chuva se formos avisados de uma possivel tempestade, ou até não sair de casa. A economia, como o clima, é um sistema dinâmico e complexo, com muitas variáveis e que por isto é muito difícil de analisar, mas nem por isto devemos desprezar o estudo da economia.

Alguns eventos e situações trazem consequências de longo-prazo; existe também uma relação de causa e efeito entre algumas variáveis; então muitas vezes ao analisar determinados fatos  podemos ter uma idéia do que pode acontecer no futuro. Se uma pessoa é diagnosticado com um cancer avançado o médico pode muitas vezes fazer um prognóstico de quanto tempo de vida aproximadamente a pessoa tenha. Evidentemente o médico não sabe o futuro e existe uma margem de erro no prognóstico; pode ser que em pouco tempo apareça um novo tratamento; mas em uma média o médico vai estar certo. Da mesma forma se um determinado país, como a grécia, tem uma dívida muito alta, muito acima do PIB do país, os economistas conseguem "prever" vários cenários que podem acontecer com o país: o país vai ter que "apertar o cinto" para pagar as dívidas com aumento dos impostos, restrição do credito, desemprego, recessão; isto vai causar muitos protestos da população e existe um risco de calote da dívida. O fato da dívida muito alta permite "predizer" vários eventos futuros com certa margem de erro. Obviamente não da pra prever a data em que a grécia vai dar calote, por exemplo; mas da pra ter uma boa idéia geral da direção mais provável da economia.

Especialmente nos dias atuais é importante estarmos atentos ao desenrolar da economia, pois vivemos em um período de grandes mudanças, de transição. As grandes economias desenvolvidas dos Estados Unidos, Europa e Japão estão muito endividadas, de uma forma insustentável; a população mundial está envelhecendo; estamos entrando na época do Pico do Petróleo; uma população mundial enorme tem trazido grande pressão sobre o preço dos alimentos. Ou seja o Estado falido, com menos receitas, maiores despesas com saúde e com combustivel e alimento caros. Em um cenário assim a competição por recursos, mercados e empregos será cada vez maior e vai sobreviver o mais adaptado.

Estamos a beira de uma grande recessão mundial. As quedas recentes na bolsa representam uma reprecificação dos ativos para um ambiente de menor crescimento. Em um mundo de recursos limitados precisamos mudar a mentalidade de uma economia baseada em débito e crescimento para uma economia baseada em sustentabilidade.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

Resultados de Julho/2011


Em Junho eu estava otimista com a bolsa pois os multiplos fundamentalistas estavam baratos e parecia que a crise da Grécia iria se resolver. No início de Julho eu comecei a ficar cada vez mais pessimista com a economia mundial. Quando começaram a circular noticias sobre a dívida da Itália e sobre a ampliação do teto da dívida americana eu percebi que a crise que parecia estar restrita a Grécia estava se tornando em uma crise global; acabei no início do mes vendendo todas as ações e optando por esperar o desenrolar dos fatos.


Aumentei minha posição em Fundos Imobiliários (no NSLU11B) e a maior parte mantive na renda fixa.


Alocação: RF 65%; 
                 FII 35%


FIIs

%
FPAB11
15,89
EURO11
12,76
FLMA11
13,66
FFCI11
14,54
FEXC11B
11,16
NSLU11B
14,83
HCRI11B
4,95
PRSV11
2,02
BCFF11B
2,40
CSBC11
5,40
TRXL11
1,20
FCFL11
1,19


Resultado do Mẽs: 1,05%
Resultado no ano: 0,22%

Patrimônio: R$ 493.500,00

Durante o mês fiz um saque do portfolio; para uma viagem pros Estados Unidos; vou dar a minha contribuição para a melhora da economia americana.

Por sorte a minha análise se mostrou correta e o mercado caiu bastante em julho e agosto.

Atualmente estou analisando o melhor momento para voltar aos mercados de ações. 

Espero não ter decepcionado os colegas mais puristas do Buy&Hold.

Abs



First Rule of Panic: 'Don't Panic, but If you are going to panic, panic early’

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Crise nas Infinitas Terras

Quando eu era criança eu gostava muito de historias em quadrinhos e colecionava vários gibis. A situação atual do mundo lembra muito uma grande série da DC Comics chamada "Crise nas Infinitas Terras". Hoje ler as noticias economicas é muito mais interessante que os quadrinhos. O maior problema atual é que não temos nenhum herói. Os líderes mundiais vem se mostrando ineptos para lidar com os grandes problemas. O sistema político democrático acaba dificultando muito a tomada de medidas mais duras, mesmo que necessárias, pois os governantes temem não ser re-eleitos e preferem empurrar o problema pra frente, o que só agrava a situação.


O mundo encontra-se em uma situação muito delicada com grandes dívidas nas grandes economias desenvolvidas, Estados Unidos, Europa e Japão. A solução americana de imprimir rios de dinheiro não vem mostrando resultado e agora com a ascenção do Tea Party ( ala mais conservadora entre os republicanos) os EUA se viu forçado a iniciar uma política de austeridade. Todo o drama para aumentar o teto da dívida acabou apenas evidenciando a fraqueza do Obama e terminou com um acordo fraco que está longe de resolver o problema do deficit americano, fazendo com que um downgrade da nota de risco pelas agencias reguladoras seja uma ameaça cada vez mais provável. Uma agencia chinesa independente até já diminuiu a nota de risco dos EUA, mas todo mundo está de olho na posição da Standard and Poors.

A estratégia americana para sair da crise é desvalorizar o dolar para aumentar a competitividade dos produtos americanos e aumentar a receita das empresas americanas. Isto tem afetado especialmente o Brasil que tendo uma carga tributária alta e baixa produtividade vem caminhando para a desindustrialização enquanto o governo fala que está tudo bem. Isto se traduz em os brasileiros (inclusive eu) com a queda do dolar preferindo comprar produtos importados pois são mais baratos e de melhor qualidade. Ou seja a salvação dos EUA seria as custas de vários outros países. Agora finalmente o governo reconheceu o problema e lançou um pacote de estímulo para a industria. Mas o governo também não tem tido a coragem ou força (ou vontade) política para tomar as medidas necessárias de diminuir a carga tributária, cortar os custo do governo, simplificar as leis trabalhistas e investir na educação. A dívida pública brasileira vem crescendo gradativamente e já está em R$ 1,8 Trilhão (segundo reportagem recente da revista Veja); e o grande problema desta dívida brasileira é que a maior parte dela é dívida interna com taxa de juros Selic de 12,5%; ou seja só de juros o Brasil tem que pagar R$ 225 bilhões de reais por ano.

Agora a crise se intensifica e entramos nesta última semana em uma nova fase da crise com as guerras cambiais. Aparentemente vários países não vão aceitar esta desvalorização do dolar e estão tomando medidas sérias para desvalorizar suas moedas. O Brasil vem apelando para a taxação e regulação das operações cambiais. A suiça vem atuando na libor (trazendo a libor de 3 meses para zero) para valorizar o Franco Suiço. O Japão começou também a intervir na taxa de cambio para desvalorizar o Yen. O grande problema do Brasil neste sentido é nossa alta taxa de juros; como o governo não tomou as  medidas macro e micro economicas para permitir uma diminuição da taxa de juros, o Brasil provavelmente vai continuar como a maior taxa de juros do mundo, o que deve manter o real valorizado e a economia cada vez menos competitiva.

Mas o problema mais preocupante atualmente está na Europa. A taxa de juros dos títulos da dívida da Espanha e da Itália vem subindo a níveis recordes. Hoje a Itália vai ter de rolar uma parcela da dívida e existe dúvida se a demanda de títulos pelos Bond Holders vai ser suficiente ou se vai acontecer a uma taxa de juros razoável. Talvez o Banco Central Europeu tenha de intervir e comprar os títulos da Itália. Uma crise na Europa parece iminente.