quinta-feira, 27 de maio de 2010

O que a Análise Fundamentalista não mostra

Já vimos em vários posts que a análise técnica é uma grande bobagem e não funciona. E quanto a análise fundamentalista?? Bem, a análise fundamentalista como comentamos em um post passado tenta analisar os balanços da empresa e tenta estimar um preço justo para as ações baseado em algum modelo matemático como o fluxo de dividendos descontados, em que se projeta uma taxa de crescimento para a empresa e se estimam os lucros futuros da empresa, descontados ao valor presente de acordo com uma taxa de descontos relacionada aos juros de longo prazo.

Esta análise financeira é certamente importante e essencial na análise de uma empresa mas engana-se quem acha que encontrou uma grande pechincha ao analisar multiplos P/L ou P/VPA baixos. Por que muitas vezes a análise fundamentalista aparentemente não funciona?? Bem, o que muitos esquecem é que a análise de balanços é apenas uma fotografia do estado atual de uma empresa e do seu passado, e estes fatos são de conhecimento público e estão em grande parte, se não totalmente precificados no valor das cotações das ações, principalmente as grandes empresas da bolsa (blue chips). Esta caracteristica do mercado é conhecida como mercado eficiente, e quando se fala de mercado eficiente não se está falando se o mercado está certo ou não sobre o valor de uma ação, mas sim da velocidade em que estas novas informações são incorporadas nos preços dos ativos. Todos que acompanham o pregão sabem que assim que sai um novo balanço de uma empresa o impacto sobre os preços das ações é praticamente imediato, e se o balanço é divulgado fora do horário do pregão muitas vezes a ação abre com um gap de alta ou de baixa. Ou seja a precificação do resultado dos balanços é muito rápida e dificilmente se consegue ganhar dinheiro em cima destas informações. Assim aquelas informações do balanço já estão precificadas no preço da ação e voce não vai ganhar dinheiro por causa delas. Voce vai ganhar ou perder dinheiro de acordo com os resultados futuros (ou expectativas dos resultados futuros) que ainda não foram divulgados.

Assim, o que importa para uma empresa não é exatamente o resultado do balanço atual ou os múltiplos atuais que refletem o passado da empresa mas a expectativa de resultados futuros que ainda não foram divulgados. Múltiplos excelentes rapidamente se tornam em péssimos múltiplos se a empresa divulgar um balanço ruim e vice-versa. Como estes resultados futuros são imprevisíveis e sujeitos a diversas variáveis é muito difícil fazer uma estimativa acurada dos lucros futuros. Por exemplo o lucro da Vale depende das cotações futuras do minéio de ferro, que dependem do crescimento da China e da economia mundial, que dependem da recuperação das economias desenvolvidas da Europa e dos Estados Unidos, que dependem de reformas politicas e econômicas; ou seja são tantas variáveis que é impossivel predizer com segurança estes números.

Assim, os pontos mais importantes em uma análise fundamentalista não são realmente os números, mas vários valores qualitativos, como a qualidade da gestão da empresa, o valor da marca, as vantagens do negócio frente aos rivais, a existência de algum tipo de monopolio, os planos de expansão, entre vários outros. É por isto que o Warren Buffet não se apega tanto aos critérios de Graham e por isto que ele ficou tão rico, principalmente por que ele passava a fazer parte da gestão da empresa e direcionava o caminho da empresa de uma forma que valorizasse a empresa.  

Então cuidado quando achar uma pechincha, com P/L muito baixo. Muitas vezes na verdade esta ação está apenas precificando uma forte queda dos lucro da empresa.

terça-feira, 25 de maio de 2010

Um belo dia para uma realocação

Aproveitando o momento de baixa nas bolsas, com queda maior que 13% no mês do Ibovespa, que encosta nos 58000 pontos, vendi algumas cotas dos Fundos imobiliários e comprei agumas ações. Reforcei algumas posições e comprei ITSA3 e CYRE3, assim minha carteira passou a ter 16 ações, um pouco mais diversificada. Parece que a crise na Europa está cada vez mais profunda e os temores passam agora para a Espanha. O cenário no curto e médio prazo é feio. Possivelmente veremos maiores perdas nas bolsas. Parece um bom momento para se fazer compras. 

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Nova Carteira de Ações

Estava observando e notei que não tinha relatado o que fiz após vender os ETFs. Após vender meus ETFs (BOVA11, PIBB11 e SMAL11) resolvi montar uma carteira que se aproximasse do Ibovespa. Após analisar bastante cheguei a conclusão que replicar perfeitamente o indice é algo inviável, visto necessitar de um capital alto, teria que comprar a maioria das ações no fracionario e não apenas lotes padrão e de um rebalanceamento a cada 3-4 meses. Assim acabei por desistir da replicação e optar por usar o Ibovespa apenas como um guia, porem com uma margem de erro maior. Escolhi sempre apenas um tipo de ação por empresa, para simplifcar e na maioria das vezes optei pelas ações ON, e comprei sempre lotes padrão.

Minha carteira ainda não está ideal, mas acho que pelo menos esta 70% do ideal. Aos poucos vamos otimizando.

PETR4 19,86%
VALE5 15,45%
BBDC3 7,16%
ITUB3 5,33%
BBAS3 2,61%
BVMF3 3,32%
CIEL3 1,54%
USIM3 8,65%
GGBR3 8,55%
CSNA3 5,15%
ELPL6 12,48%
CCRO3 3,64%
VIVO4 4,81%
DASA3 1,46%

Não comprei Itausa pois acho que acrescenta pouco a diversificação já que já invisto no Itau. OGX saiu por que não produz nada ainda. é só uma promessa. A Fibria e Brasil Foods estão na minha lista de candidatas a futuras aquisições, mas preciso fazer uma analise prévia. A Eletropaulo eu já possuia algumas ações há algum tempo. CCR, Vivo, Cielo e Dasa são empresas em que acredito e acabei incluindo.

Assim acabou virando um mix de gestão passiva e ativa. Mas acho que ficou uma carteira bem diversificada. Apesar de se distanciar um pouco do Ibovespa acho que o desempenho dela não se distanciará tanto do Ibovespa. Minha idéia é talvez diversificar mais, até umas 20 empresas, que acho que seja um número razoável.

E ai alguma sugestão??

sábado, 8 de maio de 2010

Novos desdobramentos da crise economica

Segundo relatório do banco mundial (BIS) "O caminho seguido pelas autoridades fiscais em um numero de paises indistrializados é insustentável. Medidas drásticas são necessárias...". A crise na grécia parece ser só a ponta do iceberg, pois vários outros países estão em situações similares. Segundo um relatório da Moody's os sistemas bancarios na Grécia, Espanha, Portugal, Itália, Irlanda e Reino Unido podem vir a estar sobre pressão ao passo que a crise piora.

O alto endividamento da maioria das grandes naçoes industrializadas, incluindo além da Europa, Estados Unidos e Japão certamente limita muito o potencial de crescimento da economia mundial, pois para diminuir seu débito vai ser necessária aumento dos impostos e diminuição de gastos públicos e investimentos ao passo que uma boa parte do GDP vai para o pagamento de juros. Outro risco é o aumento das taxas de juros ao passo que o risco de default aumenta. Veja a grécia, em que a taxa de juros já está em 15%. Outro risco potencial nestes países é a inflação disparar. O resultado para a população destes países é o empobrecimento da sua população, ao passo que se aumentam os impostos e são cortados os programas de beneficios públicos como aposentadorias e pensões. Isto tem resulatdo na grécia em fortes revoltas da população, que podem eventualmente levar a instabilidade política e até mudança de governo. Assim por todos estes motivos é dificil acreditar em um futuro promissor no curto e médio prazo para o mercado de ações, a não ser que novos fatos surjam.

As bolsas vem caindo fortemente ao passo que o ouro sobe. O ideal é ir comprando ações ao passo que o mercado entra em liquidação. Nestes momentos vemos como é interessante ter uma reserva em renda fixa para comprar as pechinchas que aparecem no mercado nestas ocasiões. Será que veremos niveis semelhantes a 2008?? Dificil dizer, mas não impossível. O fato é que se chegar lá vai ser um excelente momento para quem estiver preparado.

domingo, 2 de maio de 2010

Retrospectiva - Abril / 2010

Segue o acompanhamento da nossa versão adaptada do portfolio permanente.

Iniciamos com um portfolio fictício de R$ 100.000,00 em 01/01/2010. O portfolio é composto por (target):

- 30% renda fixa: LFT 07/03/2012
- 30% Ações: BOVA11
- 30% Fundos imobiliários: uma carteira com 7 FII (EURO11, FFCI11, FPAB11, FLMA11, FMOF11, HCRI11B, PABY11)
- 10% Ouro

No fim de março tinhamos (valores brutos e percentual):

- RF: 30.588,79 (29,69%)
- Ações: 30750,33 (29,84%)
- FII: 29.841,00 (28,96%)
- Ouro: 10967,45 (10,64%)
- Caixa: 874,07 (0,84%)

Total: R$ 103.021,64

Em abril tivemos uma forte queda da bolsa de valores, ligada aos temores financeiros na Grécia e a alta do juros que ocorreu na última reunião do copom.

Vamos ao rendimento do mês de Abril / Anual:

- LFT: 0,66% / 2,67%
- BOVA11: - 4,4% / - 2,31%
- FII: 2 % + rendimentos R$ 218,25 / 1,45% de valorização anual + rendimentos de  R$ 1.092,32 (3,64%) = total de 5,09%
- Ouro: 1,47%% / 11,28%

Assim no fim de Abril tinhamos então (valores brutos e percentual):

- RF: 30.801,00 (29,97%)
- Ações: 29.307,00 (28,51%)
- FII: 30.435,00 (29,61%)
- Ouro: 11.128,00 (10,82%)
- Caixa: 1.092,32 (1,06%)

Total: R$ 102.763,32

Rendimento do portfolio no mês: - 258,32 (- 0,25%)
Rendimento do portfolio no ano: 2.763,32 (2,76%)

A queda da bolsa fez com que o rendimento do portfolio ficasse negativo este mês, mas a queda da bolsa foi bem suavizada pelo rendimento das outras classes de ativos. Vemos que o Ouro vem sendo o melhor investimento do ano disparado, justamente pela pressão inflacionária. Logo atrás vem os imóveis com um rendimento também muito bom (190% do CDI); em terceiro vem a renda fixa (LFT) e por último a bolsa com rendimentos negativos no ano.

O portfolio vem mantendo um rendimento ligeiramente acima do CDI. Até agora o portfolio vem se comportando muito bem com boa rentabilidade e baixa volatilidade.

Temos em caixa o valor de 1.092,32. Resolvemos investir este valor no ativo mais desvalorizado do portfolio que no caso é a bolsa. Compra de 16 cotas do BOVA11 ao custo de R$ 66,92 (valor de fechamento do ultimo pregao), total de 1.070,72 e custo de corretagem de 5,90 (0,55%). Assim teremos de mudança:


- RF: 30.801,00
- Ações: 30.377,72
- FII: 30.435,00
- Ouro: 11.128,00
- Caixa: 15,7

Total: R$ 102.757,42