A idéia de um portfolio permanente foi criada por Harry Browne e Terry Coxon; e a sua estratégia de alocação se baseia na análise dos ciclos econômicos. Os ciclos econômicos poderiam ser divididos em 4 categorias:
1. Prosperidade
2. Inflação
3. Deflação
4. Recessão
Durante qualquer momento a economia estará em algum destas fases ou na transição de uma fase para outra. A estratégia não tenta predizer quando estaremos em algumas destas fases, nem tenta adivinhar por quanto tempo estas fases durarão. Ao invés disto, o portfolio mantem para cada fase do ciclo econômico uma determinada classe de ativos que sabidamente responda bem a este ciclo econômico, independente de quando ele ocorra ou por quanto tempo dure.
Então para cada fase do ciclo econômico foi escolhida uma determinada classe de ativos. Este portfolio foi desenhado para o mercado americano e os ativos são consequentemente do mercado americano; posteriormente, após entender bem o modelo, vamos tentar fazer uma adaptação para o mercado brasileiro.
1. Prosperidade: Durante fases de prosperidade da economia os fundos indexados de ações capturam o retorno total dos mercados
2. Inflação: Durante um período inflacionário, o ouro prove uma forte proteção contra a desvalorização progressiva da moeda.
3. Deflação: Durante deflação, títulos prefixados de longo prazo sobem rapidamente de valor; além de também performarem bem durante fases de prosperidade
4. Recessão: Durante uma recessão nenhum ativo vai bem; então o Harry Browne escolheu como o melhor ativo nesta fase sendo Dinheiro, em um fundo de renda fixa de curto prazo ou poupança.
Assim o portfolio permanente no mercado americano ficaria assim:
- 25% Ações (Fundo indexado ao SP500)
- 25% Títulos prefixados de longo prazo (US Treasury 30 year bonds)
- 25% Ouro
- 25% Dinheiro (Treasury Money Market fund)
Estas classes de ativos estariam sempre no portfolio, de maneira balanceada, independente do que estivesse ocorrendo na economia. Esta estratégia é planejada para prover um crescimento do seu dinheiro de forma estável e segura, independente do que possa ocorrer no mercado, sem tentar predizer o futuro, pois o mesmo é imprevisível.
A principal deficiência do portfolio permanente, ao meu ver, é que ele não inclue o investimento em imóveis. Harry Browne acreditava que o investimento em imóveis tinha pouca liquidez, necessitava de grandes quantias e tinha um comportamento muito imprevisível. Contudo atualmente temos instrumentos como os fundos imobiliários que permitem que ao investidor ter acesso ao mercado imobiliário, com muito maior liquidez e podendo investir valores bem menores, além de poder diversificar facilmente entre vários imóveis. Então grande parte dos “problemas” relacionados a investir em imóveis estariam contemplados.
No próximo post vamos tentar adaptar o portfolio permanente ao mercado brasileiro.
Inv. e Fin.
ResponderExcluirApenas uma curiosidade:
O portfólio permanete de Browne considerava algum tipo de rebalanceamento ou era totalmente engessado?
Abraços!
O Portfolio é rebalanceado quando algum dos ativos atinge 35% do valor do portfolio; então todos são rebalanceados para voltar aos 25%
ResponderExcluirHmmm...Interessante!
ResponderExcluirEstava atentando também para o fato dele usar títulos prefixados longos para combater a inflação. Até 1997 este parecia ser o "único" jeito mesmo, mas neste ano, com o surgimento das TIPS e I-Bonds (semelhantes as NTN-Bs aqui no BR) o hedge inflacionário ficou mais fácil!
Abraços!
Na verdade os titulos prefixados longos são para um ambiente de deflação; e o ouro é que seria o ativo que performaria melhor com a inflação.
ResponderExcluirPara rebalancear os ativos com titulos NTN-B, NTN-F, é vantagem vender antes do vencimento? Pagando IR, ou seria melhor carregar ate o fim e depois rebalancear a carteira?
ResponderExcluirNo geral acho que não compensa rebalancear pois vai pagar IR adiantado, mas é preciso analisar caso a caso...
ResponderExcluirUma coisa que eu aprendi na bolsa e que não podemos e desistir.
ResponderExcluirhttps://escoladinheiroonline.com/formula-negocio-online-vale-a-pena-alex-vargas/