segunda-feira, 26 de abril de 2010

Receita de Olho no Investidor em ações

Conforme reportagem da folha a receita federal está bem atenta aos investidores em ações e quem não declarou corretamente pode pagar multa de 75 a 225% sobre o valor de imposto devido. Segundo a reportagem a fiscalização está de olho em 247 mil investidores em São Paulo.

Leia a matéria na folha online:  http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u725861.shtml

Isto demonstra bem a importancia de não sonegar e de ter um planejamento tributário adequado. E reforça a importância dos investimentos que são isentos de IR como os Fundos de investimentos imobiliários e os dividendos.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Encontrando o equilíbrio

Existe um delicado balanço entre o nosso salário pessoal, nosso tempo no trabalho, nosso tempo livre, nosso consumo e a nossa capacidade de poupar e investir; e todos estes fatores influenciam na nossa busca pela tão sonhada independência financeira. A nossa independência financeira pode ser acelerada por ajustarmos alguns fatores desta equação, mas isto na maioria das vezes só acontece às custas de sacrifícios pessoais. Por exemplo voce pode eventualmente conseguir um outro emprego e trabalhar mais horas, abdicando de parte do seu tempo livre, para ganhar mais e assim poupar e investir mais. Ou você pode diminuir o seu consumo, cortando os superfluos para que sobre mais dinheiro para investir. Cada um deve avaliar se tais sacrifícios valem a pena ou não. É preciso avaliar o que realmente lhe traz felicidade, pois o dinheiro é apenas um meio e não pode ser o mestre da sua vida, mas deve ser um escravo para lhe servir.

Um aspecto interessante que ajuda a avaliar o custo x beneficio destes sacrifícios é analisar em que ponto da corrida rumo a independencia financeira nós estamos. No início é importante juntar capital, e as nossas contribuições são muito importantes. Depois de atingirmos uma determinada massa crítica de investimentos as novas aplicações são cada vez menos importantes e o mais importante é conseguir um bom retorno sobre o capital, ou seja a gestão do capital se torna bem mais importante do que novas contribuições. Ou seja, no início dos seus investimentos na maioria das vezes vale a pena fazer um sacrifício para juntar um maior capital. Mas a medida que seu patrimônio vai aumentando, cada vez menos vale a pena fazer grandes sacrificios, um reflexo da lei dos retornos diminuídos.

terça-feira, 20 de abril de 2010

Mudando de estratégia

Devido a IN da receita federal ter tornado claro que os ETFs não tem isenção nas vendas abaixo de R$ 20.000,00 assim como as ações, sendo obrigatório sempre que vender pagar o IR de 15%, decidi vender meus ETFs e mudar para uma carteira de ações.

As vantagens de uma carteira de ações são principalmente a vantagem tributária, além de receber os dividendos diretamente na conta da corretora, tendo opção de gasta-los ou reinvestir (podendo reinvestir na mesma ação ou em outra, ou em outra classe de ativos). A desvantagem principal é ter uma carteira mais concentrada, tendo assim maior volatilidade e maior risco. Exige tambem uma gasto maior de tempo na gestão da carteira. A idéia inicial é tentar montar uma carteira baseada no Ibovespa. Analisando o Ibovespa vemos que ele é muito concentrado em poucos papéis, tanto que Petrobras e Vale correspondem a quase 30% do Ibovespa e com 20 ações abarcamos 75% do Ibovespa. Obviamente os custos totais precisam ser baixos. Considero que o custo de montagem com corretagem deva ser menor que 0,5% do valor total da carteira. Desta forma estaremos mantendo custos competitivos em relação aos ETFs (pelo menos ao BOVA11 -0,54% de taxa de administração). Depois da montagem os custos de manutenção são mínimos. Uma coisa que ajuda nisto é selecionarmos uma corretora com corretagem barata.

Obviamente a carteira vai se desviar um pouco da performance do Ibovespa, mas não deve se desviar tanto, justamente pelo fato do Ibovespa ser tão concentrado. Obviamente quanto maior a carteira mais fidedigno seria uma replicação. Eric Kutchukian fez um estudo avaliando a replicação do Ibovespa com carteiras pequenas entre 2000 e 2008, onde ele testou 2 modelos de replicação e o que ele achou foi que nenhum dos modelos replicava perfeitamente o Ibovespa mas que também não se afastavam muito da performance do Ibovespa. As tabelas abaixo, retiradas deste estudo mostram respectivamente a diferença de retorno cumulativo (tracking error) durante o período de 8 anos e a segunda tabela a diferença diária de retorno entre as várias carteiras e o Ibovespa.








Podemos ver que dependo do numero de ativos que foram montadas estas carteiras que algumas tiveram retorno melhor e outras retorno pior que o Ibovespa. A carteira com 6 ativos teve retorno de -15,74%; a com 10 ativos chegou a ter um retorno cumulativo total de 17,45% acima do IBOV, enquanto que uma carteira com 18 ativos teve retorno de -4,2% menor que o IBOV. Obviamente estas diferenças refletem principalmente as diferentes ações que compunham cada carteira. Se analisarmos estes resultados veremos que se a diferença de retorno não for muito grande a vantagem tributária de uma carteira de ações se torna bem interessante.

O estudo completo pode ser lido no link http://www.ead.fea.usp.br/semead/12semead/resultado/trabalhosPDF/1014.pdf

Assim estarei abrindo mão de uma performance semelhante ao IBOV em busca de ganhos tributários. Será que os ganhos tributários compensaram a diferença?? Acho que só o futuro dirá. Mas eu estou disposto a correr este risco. Um outro motivo que me levou a esta mudança esta relacionado a vantagem de poder usar os dividendos na complementação da aposentadoria. Mas vamos deixar isto para um outro post.

domingo, 11 de abril de 2010

Retrospectiva Março / 2010

Segue o acompanhamento da nossa versão adaptada do portfolio permanente.

O portfolio é composto por (target):

- 30% renda fixa: LFT 07/03/2012
- 30% Ações: BOVA11
- 30% Fundos imobiliários: uma carteira com 7 FII (EURO11, FFCI11, FPAB11, FLMA11, FMOF11, HCRI11B, PABY11)
- 10% Ouro

No fim de fevereiro tinhamos (valores brutos e percentual):
- RF: 30.370,13 (30,11%)
- Ações: 29.064,59 (28,82%)
- FII: 30.218,28 (29,96%)
- Ouro: 10518,32 (10,43%)
- Caixa: 663,19 (0,65%)

Total: R$ 100.834,51

Vamos ao rendimento do mês de março / anual:

- LFT: 0,72% / 1,96%
- BOVA11: 5,8% / 2,5%
- FII: -1,25% + rendimentos R$ 210,88 / - 0,53% de valorização anual + rendimentos de  R$ 874,07 (2,91%) = total de 2,38%
- Ouro: 4,27% / 9,67%

Assim no fim de março tinhamos (valores brutos e percentual):
- RF: 30.588,79 (29,69%)
- Ações: 30750,33 (29,84%)
- FII: 29.841,00 (28,96%)
- Ouro: 10967,45 (10,64%)
- Caixa: 874,07 (0,84%)

Total: R$ 103.021,64

Rendimento do portfolio no mês: 2.187,13 (2,18%)
Rendimento do portfolio no ano: 3.021,64 (3,02%)

Fazendo uma análise por classe de ativos vemos que a classe que vem rendendo mais é o Ouro com 9,67%, disparado na frente das demais classes de ativos, em virtude da inflação da moeda. Em segundo lugar a bolsa com rendimento anual de 2,5%. Os FII vem com um rendimento bem próximo da bovespa com rendimento de 2,38%, basicamente devido a uma grande distribuição de rendimentos; houve uma pequena desvalorização das cotas devido a expectativa de aumento da SELIC, que foi amplamente compensada pelos rendimentos mensais. E a SELIC vem por último com rendimento de 1,96% anual.

O Portfolio como um todo vem tendo um excelente desempenho com rendimento acima da bolsa e do CDI. Mesmo com a alta da bolsa o portfolio conseguiu ganhar da performance da bolsa. Impressionante não?? Obviamente o desempenho do portfolio vai variar mes a mes e se a bolsa continuar subindo certamente vamos perder da bolsa. Por outro lado se houver uma correção forte possivelmente vamos ganhar da bolsa e perder do CDI. O bom de uma estratégia assim é que não precisamos tentar advinhar o futuro.

Temos em caixa o valor de 874,07 que poderia ser investido em alguma das classes de ativos; no momento as melhores opções seriam os FII e a renda fixa. Contudo uma operação de compra teria ainda um custo relativamente alto de 1,93%. Acredito que não compense muito.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Tributação dos ETFs

Havia uma grande dúvida por muitos sobre a tributação dos ETFs como o PIBB11 e o BOVA11, se havia isenção para as vendas abaixo de R$ 20.000,00; isto pelo fato de a lei não citar os ETFs, e pelo próprio site do Ishares divulgar que havia isenção.  Eu particularmente acreditava que havia isenção e também muitos, se não a maioria dos que tentavam entender melhor este assunto; exceção ao nosso colega Viver de Renda que corretamente afirmava não haver isenção. Bem, eu estava enganado!

Agora a receita federal publicou uma instrução normativa que deixa bem claro que as vendas de cotas de ETFs estão sujeitas a imposto de renda de 15% e não tem isenção para vendas abaixo de R$ 20.000,00. A instrução normativa pode ser lida inteiramnete no site da receita: http://www.receita.fazenda.gov.br/Legislacao/Ins/2010/in10222010.htm

Infelizmente isto prejudica e muito o investidor em ETFs. Ao se investir em ETFs voce ganha em diversificação mais perde este importate vantagem tributária que ações tem de ter isenção no imposto de renda nas vendas abaixo de R$ 20.000,00. O investimento em ações individuais então tem uma dupla vantagem. Voce recebe diretamente os dividendos na sua conta e tem esta isenção nas vendas abaixo de R$ 20.000,00. A desvantagem são os custos maiores e a diversificação menor. Nos ETFs como os dividendos são reinvestidos no próprio fundo e não distribuídos, voce de certa forma vai acabar pagando IR sobre os dividendos na hora da venda das suas cotas.

Precisamos então rever o custoxbeneficio do investimento em ETFs. Acredito que continua sendo uma estratégia interessante mais agora com menos brilho. Como comentei no artigo anterior a partir de uma carteira de R$ 68000,00 da pra montar uma carteira de ações com 20 empresas simulando a carteira do IBOV com baixo custo de montagem (0,5%) e o custo de manutenção é menor que o ETF, tendo as vantagens de receber os dividendos e a vantagem tributária.

sábado, 3 de abril de 2010

Montando uma carteira individual

Falamos várias vezes neste blog sobre as múltiplas vantagens de investir atraves de um ETF como PIBB11 e BOVA11, sendo as principais a diversificação e custos reduzidos. Mas existem algumas poucas vantagens em montar uma carteira individual, a principal sendo que voce recebe os dividendos diretamente na sua conta da corretora. Em um ETF os dividendos são automaticamente reinvestidos na carteira de ações. Mas para um investidor individual com um portfolio diversificado em várias classes de ativos pode as vezes ser mais interessante reinvestir os dividendos em outra classe de ativos, como a renda fixa, ouro ou fundos imobiliários, dependendo de qual classe de ativos esta relativamente mais barata e se é necessário rebalancear o portfolio. Também para aqueles investidores que estão já aposentados ou semi-aposentados pode eventualmente ser interessante a retirada dos dividendos para fins pessoais, para pagar algumas de suas despesas mensais. Outra vantagem é que não existe uma taxa de administração como nos ETFs. Apesar de que no PIBB esta taxa é praticamente desprezível.

Obviamente este aspecto só se torna interessante e viável em carteiras grandes, senão os custos de montar uma carteira individual ficam proibitivos. O custo maior é para a montagem do portfolio. Se este custo for menor que 0,5% do valor do portfolio de ações pode ser uma estratégia opcional viável. A maior desvantagem é que dificilmente uma carteira de ações vai ser tão diversificada quanto um ETF. A diversificação menor provavelmente vai se traduzir em uma carteira com maior risco e possivelmente com menor retorno que o índice. É recomendável assim que se tenha pelo menos 20 ações diferentes, idealmente mais que 30 ações para que os riscos sejam menores. Se alguem for montar um portfolio com 20 ações, considerando uma corretagem de R$ 16,90, ele vai ter um custo inicial de 338 reais. Dai calculando 0,5% de custo teríamos uma carteira de ações de R$ 67.600,00. Ou seja a partir deste valor os custos de montar uma carteira com 20 ações não seriam proibitivos e a estratégia poderia ser considerada, tendo bem em mente o maior risco advindo. Após a montagem os custos diminuiriam e ficariam restritos a rebalanceamentos. Eventualmente pode-se conseguir um desconto da corretora, dependendo do volume de recursos, o que pode tornar mais barato a montagem da carteira.

Então para quem deseja montar uma carteira individual qual a melhor maneira?? Uma das formas mais simples e também mais eficientes é tentar replicar o indice. Ou seja, se voce vai montar uma carteira com 20 ações, veja quais as 20 maiores posições do indice e compre estas ações em  proporçoes similares ao indice.

- Vale 16,95%
- Petrobras: 14,73%
- Itau: 4,68%
- BVMF: 4,2%
- Usiminas: 3,78%
- Gerdau: 3,75%
- Bradesco: 3,55%
- CSN: 3,49%
- Itausa: 2,64%
- Fibria: 2,19%
- Banco do Brasil: 2,15%
- Brasil Foods: 2,15%
- Redecard: 2,08%
- Cyrela: 1,41%
- CEMIG: 1,4%
- MMX: 1,36%
- ALL: 1,35%
- Bradespar: 1,13%
- Gafisa: 1,13%
- Gerdau Matalurgica: 0,96%

Estas 20 ações correspondem a 75% do Ibovespa. Os restantes 25% destinados a ações poderiam ser comprados de um ETF ou distribuidos proporcionalmente entre estas ações. Uma carteira montada desta maneira teria um beta muito proximo do IBOV e provavelmente replicaria o IBOV com uma pequena margem de erro. O problema seria que com o tempo possivelmente ela tenderia a se afastar cada vez mais do IBOV. Para fazer a manutenção desta carteira bastaria acompanhar as mudanças do indice a cada 3 meses e se houvesse uma mudança nas 20 primeiras posições do IBOV se procederia a realocação. Sempre atentar para os custos. E mesmo sendo tão simples a sua montagem esta carteira tem uma alta probabilidade de bater as várias carteiras sugeridas pelas corretoras.

Obviamente é muito mais barato e simples usar um ETF, mas fica uma opção para quem tem já uma carteira grande, em que os custos de montar e manter um portfolio ficam diluídos, que tem mais tempo e conhecimento para gerenciar um portfolio e que eventualmente queiram receber seus dividendos na sua conta da corretora, como é o caso de algum investidor aposentado. Usando esta estratégia podemos montar uma carteira e continuar tendo um retorno próximo ao indice. Outra vantagem é poder usar suas posições em ações da petrobras e da Vale para lançar opções. Mas cuidado!! Lançamento de opções na maioria das vezes apenas diminui seu retorno total.

PS.: Esta estratégia é mais adequada para alguem que vai fazer um grande investimento de uma única vez. Mas para o pequeno investidor, que faz pequenas aplicações mensais, esta estratégia se torna muito mais dificil de implementar e talvez até inviável; e neste caso a aplicação em um ETF continua sendo muito mais vantajosa.